CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A América Latina e o Caribe enfrentam riscos múltiplos e cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas, afirmou a agência de classificação de risco Moody's Investors Service nesta quinta-feira, apontando riscos mais altos para os setores de energia, mineração e agropecuária.
Os perigos incluem aumento do nível do mar, incêndios sem precedentes, secas, inundações e condições climáticas extremas, com perigos "para a qualidade do crédito em várias regiões geográficas e setores", disse a Moody's.
A agência acrescentou em um relatório que riscos episódicos, como furacões, incêndios florestais e inundações, podem ser graves, concentrados e, às vezes, prejudiciais imediatamente à lucratividade e ao fluxo de caixa e, portanto, às classificações.
No Brasil, as mudanças climáticas estão ameaçando a perda de safra e a produtividade, enquanto as mudanças nas chuvas, ondas de calor e secas estão prejudicando a produção e o comércio de grãos na Argentina, acrescentou o relatório.
As principais zonas agrícolas da Argentina estão enfrentando as condições mais secas em cerca de 30 anos, disseram especialistas em agricultura e clima, aumentando os temores sobre uma nova "grande seca" e paralisando o plantio de milho no terceiro maior exportador mundial do grão.
Os produtores agrícolas do México são suscetíveis a eventos climáticos que afetam a colheita de milho, a maior safra do país, enquanto o estresse hídrico está complicando as operações de mineração, agricultura e hidrelétricas do Chile, disse a Moody's.
Outras indústrias de uso intensivo de água, como produtores de bebidas, enfrentarão custos mais altos devido à crescente escassez de água e secas.
No Peru, as inundações e o aumento do nível do mar representam ameaças diretas aos setores de pesca, proteína animal e agricultura do país andino, enquanto seu setor de mineração enfrenta algum risco de concentração geográfica, disse a Moody's.
(Reportagem de Carolina Pulice e Marion Giraldo)