🤑 Não fica mais barato. Garanta a promoção com 60% de desconto na Black Friday antes que desapareça...GARANTA JÁ SUA OFERTA

ANÁLISE-Recuperações judiciais de aéreas da América Latina ficam sob holofotes do setor no mundo

Publicado 28.05.2020, 10:56
© Reuters.
AIR
-
DAL
-
UAL
-
GOLL4
-
LTM
-
AAL
-
AZUL4
-

Por Marcelo Rochabrun

SÃO PAULO (Reuters) - Bastou algumas semanas de quarentenas para forçar Latam Airlines (NYSE:LTM) e Avianca Holdings a pedirem proteção da justiça contra credores, o que tornou a América Latina a principal região do mundo para a ruína financeira de uma companhia aérea. Os pedidos de recuperação judicial de ambas as companhias neste mês agora terão um efeito sobre United Airlines (NASDAQ:UAL) e Delta Air Lines (NYSE:DAL), que fizeram apostas no futuro do setor aéreo na América Latina que poderão custar bilhões a ambas.

"O setor aéreo não vai sobreviver sem ajuda do governo", disse o presidente-executivo da Latam no Brasil, Jerome Cadier, à Reuters.

A Latam sozinha representa 40% do tráfego de passageiros na América Latina e o pedido de recuperação marca mais um revés para a Airbus (PA:AIR), que tem Latam e Avianca como os principais clientes na região.

Cadier negocia há dois meses financiamento governamental, enquanto a maior parte do espaço aéreo da América Latina segue sob grandes restrições de viagens, apesar de reaberturas em outras partes do mundo.

A América Latina já era a região do mundo menos lucrativa para companhias aéreas antes da crise, por causa de volatilidade cambial, carga tributária elevada e recessão no Brasil.

Apesar disso, há muito tempo a região é vista como tendo um grande potencial, suficiente para que Delta e United investissem pesado para tirar a American Airlines (NASDAQ:AAL) do posto de maior companhia aérea dos Estados Unidos a voar para o continente.

COMPANHIA ESTRATÉGICA

A Delta comprou 20% da Latam em dezembro enquanto a United acertou uma parceria com a Avianca em 2018 que envolveu financiar interesses de negócios pessoais de seu controlador.

Três bilhões de dólares depois, ambas as companhias aéreas norte-americanas ainda não têm liberação para coordenar voos com seus parceiros. Aos preços atuais, a Delta poderia comprar a Latam quatro vezes com o dinheiro que investiu na pequena participação que adquiriu na empresa. Já a United poderia comprar a Avianca mais de 20 vezes.

Se você tivesse investido 100 dólares na Avianca no começo do ano, teria hoje 6,50 dólares. Em seu auge, a Latam chegou a ser a segunda companhia aérea do mundo em valor de mercado.

Em parte por causa do tamanho da Latam, afirmam analistas, as ações da empresa não caíram tanto após o anúncio da recuperação judicial quanto seus pares. "São especuladores que estão apostando em um pacote de ajuda", disse Cristian Araya, da corretora chilena, Vantrust Capital.

O Chile, onde milhões de pessoas coletivamente possuem 15% da Latam por meio de fundos de pensão, declarou nesta semana que a empresa é uma "companhia estratégica", mas não mencionou medidas de apoio à empresa. A Colômbia não se pronunciou sobre a Avianca.

Juntas, Latam e Avianca empregam mais de 60 mil pessoas, embora a maior parte delas esteja recebendo metade do salário ou não sendo paga.

REUNIÕES DE EMERGÊNCIA

Na segunda-feira, o conselho de administração da Latam promoveu a décima reunião de emergência desde abril para formalizar o pedido de recuperação judicial. O anúncio surpreendeu muitos e as ações da empresa acumulam queda de mais de 60% desde terça-feira.

Segundo os documentos do pedido à justiça dos Estados Unidos, a Latam não honrou pagamentos de dívida, assustando bancos e empresas de leasing de aeronaves. A empresa consumiu em abril sua linha de crédito de emergência. Acionistas rejeitaram decisões do conselho da Latam forçando a empresa a pagar dividendos para eles mesmos que a empresa não tinha condições de pagar.

Sem o pedido de recuperação, a Latam teria que pagar cerca de 200 milhões de dólares em despesas até a próxima semana. Isso representa quase um terço dos recursos totais em caixa detidos pelas subsidiárias da companhia aérea que participam do pedido.

Ao mesmo tempo, a Delta abandonou acordo anterior para comprar quatro Airbus A350 que a Latam não tinha mais interesse em ter, pagando apenas uma fração do preço das aeronaves. A Latam quer devolver imediatamente 15 aviões da Airbus e a Avianca, outros 8.

"Eu acho que o que não percebemos é que (a Latam) realmente precisa ser uma companhia aérea muito menor", disse Savanthi Syth, analista da Raymond James. Mais cedo nesta semana analistas da Raymond James ainda mantinham recomendação de compra para as ações da Latam e afirmando que a dívida da companhia era "administrável".

Cadier afirmou à Reuters que espera que a Latam encolha em até 40%, o que inclui demissões.

Em relatório em que corta a recomendação da Latam após o pedido de recuperação judicial, os analistas da Raymond James afirmaram que tinham boas notícias sobre as rivais da Latam, Gol (SA:GOLL4), Azul (SA:AZUL4) e Copa Holdings.

"Não esperamos pedidos similares (de recuperação judicial)", afirmaram os analistas.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.