Investing.com - Com a entrada de novos concorrentes no mercado de veículos elétricos (VEs) da Europa, surge a pergunta: que participação essas empresas podem vir a conquistar, em detrimento das montadoras tradicionais? Analistas vão monitorar de perto os próximos 24 meses, em busca de indicadores dos riscos potenciais que as montadoras europeias tradicionais podem enfrentar e até que ponto sua fatia de mercado está ameaçada.
As vendas anuais de carros novos na Europa ultrapassam facilmente os 100 bilhões de dólares. Com a adoção cada vez maior dos veículos elétricos na região, o mercado verá uma oferta contínua de produtos altamente competitivos de empresas estabelecidas e novos players. Essa competição acirrada no segmento de massa de VEs deve reduzir os preços dos modelos ao longo dos próximos dez anos.
A Tesla (NASDAQ:TSLA) é a maior e mais destacada empresa ingressante no segmento de massa do mercado europeu. A Hyundai-Kia demonstrou que os consumidores estão dispostos a sair de suas zonas de conforto e experimentar novos VEs. À medida que as marcas chinesas miram o mercado de massa, projeções conservadoras indicam que os fabricantes do país provavelmente manterão uma participação de mercado abaixo de 5% até 2030. No entanto, em um cenário de aceleração, em que tanto a Tesla quanto as marcas chinesas capturam uma fatia significativa do mercado, as montadoras tradicionais podem perder até 20%.
Os analistas do Bernstein afirmaram o seguinte, em uma nota enviada aos clientes recentemente:
"Nossa análise sugere que as fabricantes chinesas podem oferecer VEs com 'custo-benefício' atraente, especialmente nos segmentos de massa. A qualidade e o reconhecimento de cada marca podem continuar sendo uma das preocupações, mas programas de assinatura e locação de curto prazo (como os utilizados pela Lynk&Co, pertencente à Geely) podem superar quaisquer preconceitos iniciais, enquanto as montadoras do país procuram surpreender em termos de confiabilidade. Novas tecnologias de conjunto propulsor e sistemas avançados de assistência ao motorista também podem levar os consumidores a saírem da zona de conforto proporcionada pelas marcas europeias mais conhecidas."
Para se aproximarem da trajetória de rápido crescimento da Tesla, as marcas chinesas precisarão mais do que triplicar seus volumes nos próximos três anos. A MG, como uma marca europeia de propriedade chinesa com presença mínima no continente, possui uma posição favorável, enquanto a BYD (SZ:002594), a Lynk&Co, a Haval e a Great Wall são concorrentes fortes.
Os analistas preveem que esses fabricantes também podem demonstrar interesse por estabelecer uma infraestrutura de produção local na Europa antes de 2025. Para iniciar a produção em grande escala antes do final da década, será necessário selecionar um local adequado até 2025. Quaisquer atrasos nesses planos indicariam que a Tesla é uma exceção que confirma a regra.