Investing.com - O turbilhão de informações diárias vindas de Brasília – e às vezes de Curitiba – tem aumentado as incertezas em relação ao câmbio. As apostas no curto prazo consideram tanto a sequência na queda do dólar com o avanço do impeachment da presidente Dilma Rousseff, quanto a disparada da moeda para patamares acima dos R$ 4, se o governo conseguir reverter esse quadro.
As previsões sobre o câmbio são ainda mais incertas para ao segundo semestre de 2016, com o sem número de variáveis que influenciarão o mercado nos próximos meses, desde fatores externos, como os juros nos EUA e o crescimento chinês, até os internos, que vão da imprevisibilidade da política ao alcance da Lava Jato.
Se nas últimas semanas a expectativa pelo desfecho do impeachment e o tom mais pessimista da presidente do Fed, Janet Yellen, provocaram um alívio no dólar, ninguém descarta uma nova escalada da moeda até o final do ano.
Caso o processo de impeachment não obedeça aos apelos do mercado e o otimismo volte a reinar nos EUA, os analistas apontam investimentos no mercado financeiro para se proteger – e lucrar – com uma nova alta do dólar.
No mercado financeiro, se destacam as ações das exportadoras de celulose Fibria (SA:FIBR3) e Suzano (SA:SUZB5), que têm grande parte da receita atrelada ao dólar. A primeira dobrou de valor entre janeiro e dezembro de 2015, período em que a moeda norte-americana saltou da casa dos R$ 2,50 para os R$ 4. Desde então, a ação perdeu 47% de seu valor, com o retorno do dólar para os R$ 3,50, aliada a pressões sobre a cotação da celulose. Comportamento semelhante seguiu a Suzano, cujas ações subiram 90% em 2015 e, neste ano, já desabaram 40%.
A Embraer (SA:EMBR3) também é lembrada com cerca de 90% de suas receitas em dólar. Nos últimos dois meses, com a desvalorização da moeda, a ação já cedeu 30%, frente a ganhos também de 30% no ano passado.
Para além do óbvio, duas opções se destacam: Weg (SA:WEGE3), cotada a R$ 13,31, com queda acumulada de 10,13% em 2016. Para o economista-chefe da corretora Novo Rumo, Pedro Paulo Silveira, a Weg é uma boa alternativa à celulose, pois também tem participação importante da receita em exportações, o que minimiza os efeitos da retração econômica interna.
A outra é Ferbasa (SA:FESA4), cotada a R$ 8,84, com ganho acumulado de 25,07% em 2016. Segundo a Toro Radar, esta ação pode ter entrada nos próximos dias porque se aproxima de uma zona de preços que motiva muitos investidores à venda. Conforme a consultoria, a empresa tem uma posição de pouca exposição ao risco dentro do seu setor com operação verticalizada reduzindo impactos de preços de insumos volatilizados.