A Agência Nacional de Mineração (ANM) decidiu manter nesta terça-feira, 15, a barragem Xingu, da Vale (SA:VALE3), localizada na mina Alegria, em Mariana (MG), em nível de 2 de emergência, a mesma situação da estrutura desde o ano passado. Técnicos da ANM fiscalizaram a barragem após pedido da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Mariana, para verificar se existe risco de rompimento.
"Fizemos vistoria em campo e uma reunião interna com a empresa, que apresentou toda a documentação da barragem. Verificamos que o status da barragem hoje não teve modificação em relação ao ano passado. Estivemos aqui em setembro do ano passado. Portanto, não há mudança nos parâmetros da barragem", disse Claudinei Cruz, chefe da divisão da segurança de barragem de mineração da ANM Minas Gerais.
Barragens são classificadas no nível 2 quando uma anomalia detectada é classificada como "não controlada" ou "não extinta", necessitando de novas inspeções. O risco de "ruptura iminente ou que está ocorrendo" é indicado na classificação de nível 3, o que não é o caso da barragem Xingu, conforme o resultado da fiscalização desta terça-feira.
Na semana passada, a Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais confirmou que auditores-fiscais interditaram as atividades da mineradora nas proximidades da barragem. Foram interditadas atividades executadas por trabalhadores na própria barragem e na chamada mancha de inundação (área que pode ser atingida em caso de ruptura).
Em comunicado, a Vale explicou, na semana passada, que a barragem está desativada e não recebe rejeitos de mineração desde 1998, mas alguns trabalhadores ainda atuam no local. Com a interdição, a mineradora paralisou a circulação de trens da Estrada de Ferro Vitória a Minas próximo à barragem. A medida impede o escoamento de até 33 mil toneladas por dia de finos de minério produzido pela Usina Timbopeba.
Em paralelo, a Vale informou na semana passada que buscaria retomar a produção afetada, destacando ainda que a barragem Xingu tem sido monitorada diariamente e já teve moradores próximos removidos de sua chamada Zona de Autossalvamento (ZAS).