Investing.com - A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa Selic inalterada em 6,5% surpreendeu o mercado e atinge diretamente o desempenho das companhias dos setores de varejo e construção, que dependem diretamente do crédito.
A Via Varejo (SA:VVAR11), por exemplo, lidera as perdas do Ibovespa perdendo 5,46% e sendo negociada a R$ 25,60%. Já a B2W (SA:BTOW3) registra desvalorização de 4,48% a R$ 27,30 em seus ativos, enquanto Lojas Americanas (SA:LAME4) perde 3,56% a R$ 3,39%. O movimento também é sentido pelo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) (-3,25% a R$ 79,48%) e pelo Magazine Luiza (SA:MGLU3) (-2,80% a R$ 109,07).
Entre as construtoras, os papéis da Trisul (SA:TRIS3) recuam 3,85% a R$ 2,50, enquanto os da MRV (SA:MRVE3) perdem 1,11% a R$ 14,30. Já as ações da Cyrela (SA:CYRE3) desvalorizam 0,79% a R$ 12,62 e as da Tenda (SA:TEND3) 1,62% a 24,89. Tecnisa (SA:TCSA3) tem perdas de 2,08% a R$ 1,41 e 2,68% a R$ 6,18
O Comitê de Política Monetária surpreendeu e manteve a taxa de juros em 6,5% ao ano, em decisão unânime. Os diretores haviam antecipado na última reunião que fariam novo corte na Selic nesta reunião e o mercado projetava uma redução de 0,25 p.p..
Em seu comunicado publicado após a reunião, o Banco Central afirmou que acompanhará os dados do mercado para medir o impacto da política de flexibilização adotada até agora, citando o aumento das incertezas no mercado internacional.
Apesar dos sucessivos cortes, a inflação do país segue abaixo dos 3%, piso da banda de flutuação da meta de inflação, fixada em 4,5%. No último mês, o IPCA em 12 meses ficou em 2,76%.
Em todos os meses de 2018, a inflação em 12 meses ficou abaixo da expectativa do mercado, que apostava em uma retomada da inflação.
Nas últimas semanas, o decisivo avanço do dólar frente ao real renovou as previsões de um retorno da inflação. O mercado aposta em IPCA de 3,45% em dezembro deste ano e de 4% no final de 2019 – também abaixo da meta proposta de 4,25%.