KINSHASA (Reuters) - O governo do Congo prometeu retirar até domingo todos os mineiros ilegais de uma mina de cobre e cobalto administrada pela Glencore (LON:GLEN), após um deslizamento nesta semana que matou 43 pessoas.
O acidente de quinta-feira na concessão Companhia de Cobre Kamoto (CCK), perto da fronteira sul da República do Congo com a Zâmbia, jogou luz sobre os perigos a que estão submetidos os mineiros ilegais, que embrenham dezenas de metros no subterrâneo em busca de minério com ferramentas rudimentares.
A Glencore estima que cerca de 2 mil mineiros entram na propriedade da CCK todos os dias. Dezenas de milhares de outros trabalham dentro ou no entorno de outras grandes minas por todo o cinturão do cobre no Congo.
“A partir de amanhã, se você voltar aqui, não vai ver mais clandestinos”, disse o ministro do Interior do Congo, Basile Olongo, a jornalistas, neste sábado, na mina. “Vamos tomar medidas para retirar todo mundo.”
Olongo não detalhou como o governo planeja fazer com que os mineiros saiam. O governador da província de Lualaba, onde fica a mina, disse à Reuters na sexta-feira que o Exército seria acionado para ir até a CCK impedir a entrada dos mineiros.
Um porta-voz da Glencore não respondeu a pedidos de comentário.
Na semana passada, o Exército do Congo enviou centenas de soldados para a mina próxima de Tenke, de propriedade da China Molybdenum, numa reação à presença de até 10 mil mineiros informais no local.
Apesar de ostentar ricas reservas de cobre, cobalto, ouro, diamantes e estanho, o Congo é um dos países menos desenvolvidos do mundo, em grande medida por causa da corrupção e do desgoverno.
Em suas declarações, Olongo criticou os mineiros que morreram. “É triste. É verdade que perdemos nossos compatriotas, mas quais compatriotas?”, disse ele. “Perdemos ladrões que vieram roubar minério.”
Olongo também disse que as autoridades trabalham para encontrar locais alternativos em que os mineiros possam trabalhar. Inciativas anteriores do tipo, contudo, não foram suficientes para absorver uma grande quantidade de mineiros.
(Reportagem de Stanis Bujakera)