Investing.com — Após rebaixar a classificação das ações da Amazon (BVMF:AMZO34) (NASDAQ:AMZN) nesta semana, o Wells Fargo (NYSE:WFC) recomendou que os investidores direcionassem o foco para a Microsoft (BVMF:MSFT34) (NASDAQ:MSFT), ao inseri-la em sua lista "Signature Picks".
A mudança se deve à limitada visibilidade em relação a revisões de estimativas futuras para a Amazon, enquanto a Microsoft apresenta um forte ritmo em seus serviços de nuvem e inteligência artificial, segundo os analistas do banco.
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Embora a Amazon tenha tido um desempenho positivo, com alta de 40% desde a sua reinclusão na lista de recomendações em julho de 2023, Ken Gawrelski, do Wells Fargo, destacou a "visibilidade limitada para novas revisões positivas de estimativas" como motivo para o rebaixamento.
Em contrapartida, o banco aumentou sua participação na Microsoft, elevando a alocação de 3,9% para 8,9%.
Os analistas do banco estão otimistas com a plataforma Azure da Microsoft e suas capacidades de IA. O relatório destacou verificações positivas com parceiros, que superaram as expectativas para a Azure no último trimestre, impulsionadas pela demanda elevada por migração para nuvem, projetos de modernização e cargas de trabalho de IA.
"Verificações mais sólidas do que o normal sugerem continuidade do impulso da Azure; esperamos que as ações se beneficiem à medida que mais clareza sobre o modelo surja até o ano fiscal de 2025", afirmou o banco.
Espera-se que o crescimento da Azure acelere, com aumento de 33% ano a ano no 1º trimestre, incluindo 12 pontos percentuais provenientes da IA, de acordo com o Wells Fargo.
Além disso, o lançamento do Copilot, ferramenta de produtividade impulsionada por IA da Microsoft, deve gradualmente estimular a adoção e impulsionar a receita no longo prazo, embora ainda esteja em fase inicial.
O Wells Fargo estabeleceu um preço-alvo de US$ 515 para a Microsoft, refletindo um prêmio baseado na sua vasta escala e nas perspectivas de crescimento favoráveis a longo prazo.
O relatório apontou que os atuais investimentos em IA, concentrados em capex, continuarão a impactar os múltiplos de fluxo de caixa livre, mas o crescimento dos lucros a longo prazo permanece forte.
Oppenheimer rebaixa Microsoft citando superestimação de lucro e desafios com IA
Já o banco de investimento Oppenheimer decidiu rebaixar as ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) de “outperform” (acima da média) para “perform” (neutro) na terça-feira, destacando que as estimativas consensuais para receita e lucro estão elevadas.
Os analistas da instituição apontam como principal preocupação as perdas potenciais da OpenAI, parceira da Microsoft no desenvolvimento de tecnologias de IA. A expectativa é que a OpenAI registre uma perda de aproximadamente US$ 5 bilhões este ano, e, com a Microsoft detendo 49% da empresa, uma parte relevante dessa perda pode afetar os resultados financeiros da companhia.
O relatório também evidenciou a lenta adoção de tecnologias de IA no setor corporativo, o que pode frustrar as expectativas de receitas associadas.
Esse cenário é agravado pela provável elevação dos gastos de capital (CapEx) em componentes de computação de alto desempenho, como GPUs, e capacidade de data centers.
O Oppenheimer estima que o CapEx da Microsoft atinja US$ 63 bilhões em 2025, representando um aumento de 14% ano a ano, o que é o dobro do valor de 2023. As despesas de depreciação associadas devem aumentar 28%, chegando a US$ 29 bilhões.
Além disso, o recente corte de 50 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve em 18 de setembro de 2024 deve reduzir levemente a receita líquida de juros da Microsoft, que possui US$ 76 bilhões em reservas de caixa.
Os analistas também acreditam que as estimativas atuais do mercado para o desempenho financeiro da Microsoft, incluindo margens brutas e margens de EBITDA, devem diminuir devido ao aumento das despesas de depreciação e operacionais relacionadas aos investimentos em IA.
"Isso resultará em um crescimento de 3% no LPA no 1º trimestre de 2025 e esperamos orientações mais conservadoras para 2025. Também acreditamos que as estimativas de crescimento do LPA para 2026 e 2027 estão cerca de 200 pontos-base acima da realidade", afirmaram em nota.
Outros riscos potenciais para a Microsoft incluem a insuficiência de capacidade em seus data centers para sustentar os embarques de GPUs esperados e o aumento da concorrência no espaço de IA, onde rivais têm fechado a distância em relação às ofertas da empresa.
Ainda assim, o Oppenheimer observa que as estratégias agressivas de precificação e empacotamento de produtos da Microsoft podem ajudar a mitigar algumas das pressões financeiras.
Atualmente, as ações da Microsoft estão sendo negociadas no ponto médio de seu intervalo de preço/lucro (P/L) de cinco anos, que varia de 25x a 35x, com potencial de movimento para o limite inferior dessa faixa.
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