Investing.com – Ataques cibernéticos causam não somente perda de confiança a respeito da segurança envolvendo as plataformas das companhias, mas também resultam em impactos nos papéis negociados em bolsa de valores, quando elas são de capital aberto. Estudo feito pela Harvard Business Review mostra que, em média, o recuo chega a 7,5%, e não ocorre somente no primeiro dia. Um levantamento deste mês divulgado pelo Security Design Lab (SDL), laboratório francês com atuação no Brasil, aponta que a maior queda nas ações ocorre não no primeiro ou segundo dia, mas geralmente no 59º dia após o ataque. Um ano depois, sete a cada dez companhias ainda passa por dificuldades para atingir o patamar anterior.
Segundo Paulo Moura, co-fundador do SDL na França, é possível notar as divergências de recuperação, em relação a empresas possuem melhores práticas, políticas de segurança e Lei Geral de Proteção de Dados. "Aquelas com menor nível de conformidade tiveram um desempenho significativamente inferior, com movimentos ascendentes tímidos. Os investidores ficam bem mais cautelosos para investimentos de longo prazo nessas companhias", detalha. De acordo com o estudo, empresas atacadas apresentaram, em média, desempenho inferior à Nasdaq em 8,6% após um ano.
No Brasil, um exemplo foi o Grupo Fleury (BVMF:FLRY3), um dos principais players laboratoriais no país, que sofreu ataques em 2021 e em maio de 2023. Horas após o incidente de 2021, os papéis caíram 2,34%. As Lojas Renner (BVMF:LREN3) passaram por situação parecida, com recuo de 1,5% depois do anúncio. No caso da JBS (BVMF:JBSS3), a companhia comunicou o pagamento de USD$ 11 milhões aos hackers para retomar as operações.