Investing.com – A Apple (NASDAQ:AAPL) não conseguiu desenvolver um chip de silício próprio, um projeto ambicioso que pretendia reduzir a dependência da gigante da tecnologia em relação à Qualcomm (NASDAQ:QCOM), segundo uma reportagem do Wall Street Journal.
Essa empreitada, lançada pelo CEO da Apple, Tim Cook, em 2018, tinha como objetivo criar e produzir um chip de modem inovador, conectando iPhones a redes de telefonia móvel sem depender da tecnologia da Qualcomm. Entretanto, a realização deste projeto enfrentou diversos obstáculos, decorrentes, em grande parte, das decisões internas da Apple, como ex-engenheiros e executivos da empresa ouvidos pelo WSJ.
Os modelos mais recentes de iPhone, que deveriam vir com o novo chip, apresentaram grandes problemas em testes no final de 2022, como desempenho abaixo do esperado e superaquecimento. O grande tamanho físico do chip também se mostrou um problema, ocupando excessivo espaço interno do iPhone, o que comprometeu sua viabilidade.
Investidores esperavam redução de custos com a implementação do chip desenvolvido internamente, especialmente considerando a atual demanda menor do mercado mundial de smartphones. Contudo, a expectativa é que a Apple tenha desembolsado mais de US$ 7,2 bilhões à Qualcomm em chips no ano passado.
As equipes de engenharia da Apple encontraram inúmeros desafios, desde barreiras técnicas e falhas de comunicação até discordâncias gerenciais sobre o desenvolvimento interno ou aquisição externa dos chips.
O ex-diretor de tecnologia sem fio da Apple, Jaydeep Ranade, revelou ao WSJ seu ceticismo quanto à iniciativa: “Mesmo a Apple, com seu silício de ponta, não poderia, realisticamente, criar um modem".
Os executivos da Apple perceberam os desafios do projeto mais claramente após testes insatisfatórios com seus protótipos de chip de modem no final de 2022. Os chips testados apresentaram um atraso tecnológico de cerca de três anos em relação ao modem mais avançado da Qualcomm.
Recentemente, foi anunciado pela Qualcomm que continuará a ser a fornecedora de modems 5G para os iPhones até 2026, solidificando assim a dependência contínua da Apple.