SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil registrou aumento do lucro e da rentabilidade e melhora do perfil da carteira no quarto trimestre, combinação rara desde a estreia na Bovespa em 2009.
De outubro a dezembro, o lucro líquido (societário) do maior banco estrangeiro no país somou 578 milhões de reais, alta de 15,6 por cento ante igual etapa de 2013. Na base recorrente, ou gerencial, o lucro foi de 1,521 bilhão de reais, aumento de 8 por cento na mesma comparação.
Parte dessa evolução deveu-se à combinação de aceleração do crédito com recuo das provisões para perdas com calotes.
"Nós nos concentramos em linhas mais seguras, que exigem menos provisões", resumiu o presidente-executivo do banco, Jesús Zabalza, em teleconferência com jornalistas.
No fim de dezembro, a carteira de crédito ampliada do Santander Brasil somava 310,6 bilhões de reais, alta anual de 11 por cento, com destaque para o segmento grandes empresas, que deu um salto de 22,8 por cento.
O Santander Brasil foi o único dentre os três maiores bancos privados a ver expansão dos empréstimos de dois dígitos. Nesta manhã, o Itaú Unibanco anunciou que sua carteira com avais e fianças avançou 8,7 por cento. Na semana passada, o Bradesco informou que seu estoque de crédito subiu 6,5 por cento em 2014.
E mesmo crescendo mais rápido, o Santander Brasil viu o índice de inadimplência da carteira, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, cair a 3,3 por cento, contra 3,7 por cento no trimestre anterior e do fim de 2013. O índice do Itaú Unibanco ficou em 3,1 por cento, enquanto o do Bradesco foi de 3,5 por cento.
Com isso, as despesas do banco para provisões para perdas com inadimplência somaram 2,128 bilhões de reais no período, queda de 13,7 por cento na comparação sequencial.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do grupo chegou a 12,1 por cento, alta de 1,6 ponto percentual em 12 meses.
Na BM&FBovespa, a unit do banco era negociada com alta de 1,04 por cento, a 12,63 reais, enquanto o Ibovespa avançava 1,95 por cento, às 12h01.
2015
Zabalza previu estabilidade da inadimplência e das provisões para perdas esperadas com calotes em 2015, a despeito do cenário econômico mais adverso do país e de possíveis desdobramentos do escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras e várias das grandes empreiteiras brasileiras.
O Santander Brasil tem grande exposição ao setor de óleo e gás. Segundo Zabalza, o banco aumentou a exposição para algumas empresas do setor, e manteve ou reduziu para outras, sem dar mais detalhes.
"O banco não tem grande preocupação com sua carteira de crédito para grandes empresas", resumiu, sem mais detalhes.
(Por Aluisio Alves; Edição de Priscila Jordão)