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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Empresas, divisão do Itaú Unibanco que atende micro, pequenos e médios negócios, publicou nesta quinta-feira estudo mostrando os efeitos do apoio consultivo do banco a essas companhias em relação a empresas não clientes, como maior taxa de sobrevivência, e seus reflexos no PIB e no emprego.
Realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), o levantamento mostrou que as companhias nesse universo que contam com o apoio estratégico do Itaú Empresas têm 30% mais chances de permanecerem ativas após cinco anos, quando comparadas a empresas não clientes do banco.
O estudo comparou a base de clientes do Itaú Empresas, de 1,7 milhão de companhias com faturamento até R$60 milhões, com uma mesma amostra de empresas "gêmeas" -- do mesmo setor, município, porte e ano de fundação -- não clientes da base de dados da Receita Federal. Também optou por uma abordagem que analisa as empresas antes e depois de tornarem-se clientes.
A metodologia tripla do estudo ainda contemplou o instrumento estatístico "matriz de insumo-produto" para mensurar os efeitos agregados do crédito sobre PIB e emprego, renda e arrecadação, incluindo os impactos indiretos em cadeias produtivas. A análise considerou informações de 2019 a 2024.
"Como a análise compara negócios estruturalmente semelhantes, incluindo porte e setor, a probabilidade de maior sobrevivência está diretamente relacionada ao acesso a crédito, soluções personalizadas, orientação estratégica, planejamento e confiança para atravessar momentos de instabilidade", explicou Daniel da Mata, professor da FGV que liderou a pesquisa.
"Em uma simulação, caso todas as PMEs do país -- dentro da faixa de faturamento estudada -- fossem atendidas pelo mesmo modelo consultivo oferecido pelo banco, elas teriam mais fôlego para resistir e a taxa de sobrevivência subiria para 55% - enquanto hoje, no país, apenas 40% das empresas sobrevivem após cinco anos, sendo as estimativas do IBGE", acrescentou.
O estudo também mostrou efeitos em termos de diversificação, que após o relacionamento com o Itaú passaram a registrar, em média, 25% mais códigos de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
Um exemplo real apontado na análise é o de uma padaria que operava como restaurante e lanchonete, mas, após receber atendimento estratégico e personalizado do banco, ampliou suas atividades para incluir a fabricação industrial de produtos de panificação.
"Em um cenário em que a sobrevivência e a evolução das pequenas e médias -- que são o coração da economia brasileira -- são desafiadoras, o suporte financeiro e estratégico oferecido pelo Itaú Empresas se transforma em motor para impulsionar vantagem competitiva", afirmou Cadu Peyser, diretor de estratégias para PMEs do Itaú Unibanco.
O estudo "Empresas que geram valor: o impacto da relação financeira na prosperidade das PMEs" também mostrou que as empresas clientes têm 70% mais chance de se tornarem exportadoras e 50% mais chance de se tornarem importadoras, em comparação com as que não são clientes do banco.
A FGV ainda examinou reflexos para o país quando as PMEs recebem essa assessoria e o resultado mostrou um efeito agregado direto e indireto em toda a cadeia produtiva, totalizando uma injeção de R$97 bilhões por ano em impacto sobre o PIB.
Também mostrou 1,2 milhão de empregos assegurados anualmente, R$45 bilhões em renda das famílias e R$31 bilhões em arrecadação tributária.
"O efeito multiplicador do crédito para as pequenas e médias -- estimado em 1,56, ou seja, cada R$1 concedido em crédito pelo Itaú Empresas gera R$1,56 em PIB -- é alto quando comparado aos estudos internacionais sobre o tema", disse o professor da FGV.
De acordo com o levantamento, em um horizonte de cinco anos, o impacto acumulado dos empréstimos do Itaú Empresas às PMEs chega a R$486 bilhões no PIB, mais de 6 milhões de empregos assegurados, R$227 bilhões em renda para as famílias e R$156 bilhões em tributos.
"São resultados que mostram que a consultoria bancária estratégica não só impulsiona o crescimento empresarial como se torna um instrumento de desenvolvimento econômico, conectando o sucesso individual das empresas ao fortalecimento da economia nacional", acrescentou o professor da FGV.