SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) não tem mais condições de aceitar as regras de conteúdo local exigidas do setor de petróleo, sob pena de pagar preços muito acima do mercado e ainda enfrentar atrasos em empreendimentos, afirmou de maneira enfática nesta segunda-feira o presidente da companhia, Pedro Parente.
Ao apresentar o plano de negócios da estatal na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o executivo frisou que "é absolutamente impossível trabalhar dessa forma", se referindo às atuais regras de conteúdo local.
"Tivemos um problema em uma plataforma, que por causa de problema de conteúdo local veio com preço 40 por cento acima do previsto... o que não dá, senhores, absolutamente não dá. Como uma empresa aceitaria isso?", questionou Parente, ao ser perguntado sobre o tema por empresários paulistas.
Segundo ele, a Petrobras não é contra a existência de uma política de conteúdo local, pois entende que isso é necessário, mas a companhia não pode ser excessivamente onerada por isso.
"Falo enfaticamente não porque estou nervoso, zangado, mas é um assunto que merece essa ênfase, porque não dá para a gente pagar 40 pro cento acima de um preço porque existe uma política que foi mal desenhada. Ela é ruim, essa política, ela não tem os fundamentos melhores", disse Parente.
Ele disse ainda que quando foi convidado para presidir a companhia teve uma conversa com o presidente Michel Temer na qual o presidente deixou claro que queria "profissionalizar a Petrobras", o que o levou a aceitar o desafio.
(Por Luciano Costa)