Bitcoin perde força com cautela global após sinais mistos do Fed
Por Doyinsola Oladipo e David Shepardson
NEWARK/WASHINGTON (Reuters) - O número de controladores de tráfego aéreo pedindo auxílio-doença desde o início da paralisação do governo norte-americano teve um ligeiro "aumento", disse nesta segunda-feira o secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, levando a uma redução de até 50% da equipe de tráfego aéreo em alguns casos.
Duffy não especificou onde ocorrem os problemas de pessoal, mas cerca de 13.000 controladores de tráfego aéreo e aproximadamente 50.000 funcionários da Administração de Segurança dos Transportes ainda precisam se apresentar para trabalhar durante a paralisação. Eles não estão sendo pagos e os controladores devem perder seu primeiro salário em 14 de outubro.
Atrasos resultarão da redução da equipe, disse Duffy, acrescentando que, se os avisos de doença aumentarem, o fluxo de tráfego aéreo será reduzido a uma taxa que mantenha a segurança aérea.
Em alguns aeroportos, houve uma redução de 50% na equipe de tráfego aéreo em determinados dias, acrescentou. Denver, Fort Worth, Texas, e Phoenix registraram nesta segunda-feira um aumento no número de avisos de controladores de tráfego aéreo por motivo de doença, de acordo com o Departamento de Transportes dos EUA (USDOT, na sigla em inglês).
O presidente Donald Trump fez do transporte um ponto focal na batalha contra a paralisação do governo com os democratas, cortando mais de US$28 bilhões de ajuda para programas climáticos, metrôs, túneis e transporte de massa em Estados de tendência democrata como Nova York e Illinois.
Duffy e o presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo convocaram coletiva de imprensa no Aeroporto Internacional Newark Liberty para discutir os efeitos da paralisação. O aeroporto é um dos três que atendem à área metropolitana de Nova York, com forte influência democrata, e importante hub da United Airlines.
Em 2019, durante uma paralisação de 35 dias, a quantidade de ausências de controladores e funcionários da Administração de Segurança no Transporte (TSA, na sigla em inglês) aumentou diante da falta de salários, prolongando o tempo de espera em alguns aeroportos. Autoridades foram forçadas a diminuir o tráfego aéreo em Nova York, o que pressionou os parlamentares a encerrar rapidamente o impasse.
Duffy observou que os controladores estão preocupados. "Eles estão pensando ’será que vou receber meu salário?’", disse Duffy, acrescentando que alguns se perguntam "’Será que vou ter que pegar um segundo emprego e dirigir Uber quando já estou exausto de fazer um trabalho que já é estressante?’"
Nesta segunda-feira, o sindicato lembrou aos trabalhadores que "participar de uma ação trabalhista pode resultar em afastamento do serviço federal" e que isso é ilegal.
"É mais importante do que nunca que estejamos à altura da ocasião e continuemos a prestar o serviço público consistente e de alto nível que fornecemos todos os dias", disse o sindicato aos membros.
"Não podemos enfatizar o suficiente que é essencial evitar quaisquer ações que possam prejudicar a sua imagem, a de nosso sindicato ou de nossas profissões."
O grupo comercial de companhias aéreas Airlines for America, que representa a United, Delta Air Lines, American Airlines e Southwest Airlines, alertou que, durante uma interrupção de fundos, "o sistema pode precisar desacelerar, reduzindo a eficiência" e afetando os passageiros.
Uma escassez persistente de controladores já tem atrasado voos e muitos cumprem horas extras obrigatórias e semanas de seis dias. A FAA está com cerca de 3.500 controladores de tráfego aéreo a menos do que o nível considerado ideal.
(Reportagem de David Shepardson)