Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil (SA:BBAS3) planeja economizar até 3,05 bilhões de reais, cortando até 18 mil empregos, em meio à necessidade de ser um banco digital mais forte, impulsionar retornos e recuperar o atraso em relação aos rivais, afirmou o presidente-executivo da instituição financeira, Paulo Caffarelli, nesta segunda-feira.
O banco controlado pelo governo planeja fechar 402 agências, reduzir outras 379 e dar aposentadorias antecipadas aos funcionários que aceitarem os termos propostos durante um período de oferta que termina em 9 de dezembro. A economia anual esperada, excluindo custos de pessoal, poderia chegar a até 750 milhões de reais.
As ações de Caffarelli para cortar o tamanho do maior banco brasileiro por ativos visam enfrentar uma estrutura que atualmente paga três vezes mais salários do que os rivais. O plano de aposentadoria antecipada, que poderia ajudar a reduzir a folha de pagamento do Banco do Brasil em 17 por cento, poderia impulsionar a lucratividade e a capacidade de geração de capital, disse Caffarelli.
A reorganização, provavelmente a mais ambiciosa do Banco do Brasil em pelo menos duas décadas, reforça o compromisso de Caffarelli de fazer o melhor uso do capital. Desde a sua nomeação em maio, Caffarelli acelerou a reprecificação da carteira de crédito do Banco do Brasil e a renegociação de créditos problemáticos - provocando um aumento de 63 por cento no preço das ações.
"Nós estamos apenas adaptando o banco a uma nova era, onde os serviços digitais e um cenário de competição mais desafiador nos obrigam a nos tornar um participante mais ágil", disse Caffarelli em um evento em Brasília, onde o banco tem sua sede.
Com base nas estimativas de consenso da Thomson Reuters, o impacto de reduções consideráveis em salários e agências poderia ajudar a aumentar o lucro em até 10 por cento nos próximos anos.
A direção do banco e o governo brasileiro, acionista controlador do Banco do Brasil, consideram a reestruturação necessária para reformular o modelo de negócios do banco para a crescente dependência dos clientes em canais digitais.
De acordo com Caffarelli, as transações bancárias digitais e móveis ultrapassaram 1 bilhão no ano passado, representando a maior parte do fluxo de negócios do Banco do Brasil.