Investing.com - Depois de um mês e março de rumos distintos para as incorporadoras imobiliárias, abril marca a fase de divulgação das prévias operacionais das companhias em relação ao primeiro trimestre do ano. Para o Banco do Brasil Investimentos (BB-BI), Eztec (SA:EZTC3) e a Cyrela (SA:CYRE3) devem continuar a apresentar incremento tanto dos lançamentos quanto das vendas, apesar da lenta recuperação econômica.
No caso da Gafisa (SA:GFSA3), por outro lado, a equipe do banco acredita que deve continuar apresentando indicadores operacionais fracos devido a uma desaceleração dos lançamentos e a dificuldade na venda de seu estoque
Quanto à MRV (SA:MRVE3), Tenda (SA:TEND3) e Direcional (SA:DIRR3), os analistas esperam que elas devem ter as vendas impactadas pelas restrições enfrentadas nos primeiros dois meses do ano no orçamento do Programa MCMV, que geraram impactos significativos na contratação das unidades no âmbito do Programa.
Em relação a essa questão, o BB-BI destaca que as contratações retornaram ao seu nível regular em março e, além disso, o Ministério do Desenvolvimento Regional solicitou ao Ministério da Economia que antecipasse os limites para a regularização das contratações no âmbito do Programa MCMV.
Março foi marcado por um cenário volátil, com as incorporadoras divulgando seus resultados do 4T18. As companhias focadas no segmento de baixa renda (MRV, Tenda e Direcional) apresentaram resultados positivos, apesar dos percalços sofridos no último trimestre do ano devido à indisponibilidade de recursos do FGTS. O destaque foi a Direcional, com seus indicadores financeiros refletindo todo o trabalho realizado pela companhia nos trimestres anteriores em busca de maiores receitas e melhores margens.
Para os analistas, entre as companhias focadas nos segmentos de média e alta renda, a Eztec foi o destaque positivo, colhendo também os benefícios da retomada dos lançamentos nos trimestres anteriores, que já estão favorecendo seu desempenho financeiro com o crescimento tanto na receita quanto da margem bruta. A Cyrela, por sua vez, teve seus resultados prejudicados por eventos não recorrentes, ofuscando, mais uma vez, o brilho das melhorias observadas nos resultados sem esses eventos.
Sobre a Gafisa, o BB-BI destaca que além de seus resultados terem vindo negativos (também impactados por eventos pontuais significativos relacionados a impairment e constituição de provisões legais), a companhia passou por uma troca de gestão (a segunda em menos de um ano), para focar na resolução de sua a alavancagem financeira.