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BHP enfrenta ação de US$5 bi por rompimento de barragem da Samarco no Brasil em 2015

Publicado 07.05.2019, 10:39
Atualizado 07.05.2019, 10:40
© Reuters. Restos de escola municipal no distrito de Bento Rodrigues, que foi soterrado por rejeitos de minério de ferro com o rompimento de barragem da Samarco, em Mariana (MG)
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Por Kirstin Ridley e Barbara Lewis

LONDRES (Reuters) - A gigante mineradora anglo-australiana BHP (AX:BHP) (L:BHPB) está enfrentando uma ação coletiva de 5 bilhões de dólares na Inglaterra na qual é acusada de ter sido "lamentavelmente negligente" antes de um rompimento de uma barragem no Brasil em 2015 que levou ao maior desastre ambiental do país.

O processo, que será a maior ação coletiva da Inglaterra, foi impetrada contra a mineradora na terça-feira em nome de 235 mil brasileiros e organizações incluindo governos municipais, empresas de serviços públicos, tributos indígenas e a Igreja Católica, segundo o escritório de advocacia SPG Law.

Um porta-voz da BHP, Neil Burrows, disse que a mineradora pretende se defender contra a ação, aberta na cidade inglesa de Liverpool.

O colapso da barragem de Fundão, que armazenava rejeitos de mineração e pertencia à Samarco, uma joint venture entre a BHP e a brasileira Vale (SA:VALE3), deixou 19 mortos e lançou mais de 40 milhões de metros cúbicos de lama sobre comunidades próximas e o importante rio Doce, chegando ao mar do Espírito Santo, a 650 quilômetros de distância.

"Movidos por preocupações com receitas em queda em meio à queda no preço de mercado do minério de ferro, a companhia assumiu riscos, aumentou a produção e fechou os olhos para perigos que acabaram ceifando vidas e destruindo comunidades", disse Tom Goodhead, sócio da SPG Law, que entrou com a ação coletiva.

"A BHP foi lamentavelmente negligente em seu dever de cuidar (da estrutura) e os ressarcimentos por danos que se busca são totalmente proporcionais à devastação que a companhia causou", acrescentou ele.

© Reuters. Restos de escola municipal no distrito de Bento Rodrigues, que foi soterrado por rejeitos de minério de ferro com o rompimento de barragem da Samarco, em Mariana (MG)

As mineradoras fecharam no ano passado um acordo bilionário em uma ação civil movida por autoridades locais, para estabelecimento de um fundo que bancará reparações. Outras ações estão suspensas.

A BHP, que em separado resolveu uma ação de investidores nos Estados Unidos e continua a lutar contra processos de acionistas na Austrália, tem negado todas acusações contra a companhia, bem como contra seus atuais e ex-funcionários.

Embora o desastre tenha sido apontado como a maior catástrofe ambiental do Brasil, um novo rompimento de barragem, em uma estrutura da Vale em Brumadinho (MG) em janeiro, deixou mais vítimas mortais. Até o momento, foram registrados 236 mortos e 34 permanecem desaparecidos.

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