BlackRock abandona grupo climático em novo retrocesso ambiental de Wall Street

Publicado 09.01.2025, 18:14
Atualizado 09.01.2025, 19:10
© Reuters. Logo da BlackRock em New York n25/05/2021nREUTERS/Carlo Allegri
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Por Ross Kerber

(Reuters) - A BlackRock (NYSE:BLK), a maior administradora de ativos do mundo, disse nesta quinta-feira que deixará a iniciativa Net Zero Asset Managers (Nzami), o mais recente recuo ambiental de Wall Street em compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa.

A BlackRock, que administra cerca de 11,5 trilhões de dólares em ativos, disse que, com dois terços de seus clientes globais comprometidos com o corte de emissões líquidas para zero, fazia sentido participar de grupos como a Nzami.

"No entanto, nossa participação em algumas dessas organizações causou confusão em relação às práticas da BlackRock e nos submeteu a questionamentos legais de várias autoridades públicas", o que levou à saída, afirmou a companhia em uma carta aos clientes compartilhada por um representante da empresa.

Os membros da Nzami se comprometem a apoiar a meta de emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050, usando influência como, por exemplo, a forma como votam em reuniões corporativas. Atualmente, o grupo conta com mais de 325 signatários que administram mais de 57,5 trilhões de dólares, de acordo com seu site.

Os principais bancos de Wall Street deixaram uma organização climática semelhante nas últimas semanas, antes do retorno do presidente eleito dos EUA, Donald Trump ao poder. Embora as saídas possam não ter um efeito direto sobre os empréstimos ou as compras de ações, a participação das empresas foi vista como um indicador das prioridades ambientais dos investidores.

A saída da BlackRock, em teoria, pode levar outras empresas a seguirem o exemplo, embora na quinta-feira um representante do braço de gestão de ativos da State Street Corp (NYSE:STT), uma rival da BlackRock, tenha dito que a empresa continua sendo membro da entidade.

REPUBLICANOS

Esforços como a Nzami, que foi criada em 2020 e impulsionada por uma conferência climática das Nações Unidas em 2021, começaram sem controvérsias, pois os líderes mundiais buscavam maneiras de aproveitar o capital para fazer a transição do mundo para fontes de energia mais limpas.

No entanto, os integrantes do Partido Republicano, muitos deles de Estados produtores de petróleo e carvão nos EUA, menosprezaram os esforços e acusaram as entidades de violarem leis antitruste do país.

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25/05/2021
REUTERS/Carlo Allegri

Em dezembro, um comitê do Congresso dos EUA liderado pelos republicanos solicitou informações à BlackRock e a dezenas de outros gestores de ativos envolvidos com a Nzami. Em novembro, a BlackRock e seus rivais foram processados pelo Texas e por 10 outros Estados  dos EUA liderados por republicanos, que alegaram que o ativismo reduziu a produção de carvão e aumentou os preços da energia.

A BlackRock negou qualquer irregularidade e disse que a ação judicial "desestimula os investimentos nas empresas das quais os consumidores dependem".

Na carta aos clientes desta quinta-feira, a BlackRock disse que a saída da empresa da entidade "não altera a forma como desenvolvemos produtos e soluções para os clientes ou como administramos suas carteiras. Os gerentes de portfólios ativos da BlackRock continuam a avaliar os riscos materiais relacionados ao clima, juntamente com outros riscos de investimento, na entrega para os clientes."

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