Por Edward Taylor
FRANKFURT, Alemanha (Reuters) - O lucro do terceiro trimestre da BMW (DE:BMWG_p) aumentou quase 10% graças à demanda chinesa por carros de luxo, mas a montadora alemã alertou que uma nova onda de infecções por coronavírus na Europa e nos Estados Unidos representa um "considerável" risco para seus negócios.
As vendas de modelos de luxo como 8 series e o X7 ajudaram a montadora a alcançar um novo recorde de vendas no trimestre, mas a previsão cautelosa da empresa preocupou investidores nesta quarta-feira.
"Depois de uma fase mais estável no ambiente econômico no terceiro trimestre, a pandemia está claramente recuperando a força", disse BMW. "Se a pandemia assumir um curso ainda mais grave e a economia global sofrer uma desaceleração perceptível, a exposição ao risco pode ser considerável, especialmente do lado da demanda."
As ações da BMW tinham leve alta no final desta manhã, após terem operado em queda mais cedo.
O lucro antes de impostos da BMW se recuperou no terceiro trimestre, com alta de 9,6% para 2,46 bilhões de euros, ajudado pelo aumento de 8,6% nas entregas.
A margem do Ebit (lucro antes de juros e impostos) se recuperou para 6,7%, de 10,4% negativos no segundo trimestre e 6,6% um ano antes.
As vendas das marcas BMW e Mini aumentaram 8,6% no terceiro trimestre, principalmente graças a uma alta de 31% na China, que ajudou a compensar uma queda de 15,7% na demanda nos Estados Unidos, onde a pandemia atingiu fortemente as vendas.
A crescente importância da China levou a BMW a abandonar estratégia de buscar "vendas equilibradas em todos os continentes".
"Não gostamos de nos referir a isso como uma dependência (da China). O que está acontecendo é um ajuste natural", disse o presidente-executivo, Oliver Zipse, a jornalistas em teleconferência.
A China foi responsável por 34% de todas as entregas de carros novos do BMW Group no terceiro trimestre, seguida pela Alemanha com 13% e os Estados Unidos com 12%.