Por Shivani Tanna
(Reuters) - As conversações entre a Boeing (BVMF:BOEI34) (NYSE:BA) e seu principal sindicato de manufatura foram interrompidas e nenhuma reunião entre empresa e trabalhadores é planejada no momento em que a greve que paralisou a produção da companhia entra na quarta semana.
A empresa informou na terça-feira que retirou a oferta de reajuste a cerca de 33 mil trabalhadores nos Estados Unidos, dizendo que o sindicato não considerou seriamente suas propostas após dois dias de negociações.
O impasse não mostra sinais de resolução, disse uma fonte informada sobre as negociações.
"Infelizmente, o sindicato não considerou seriamente nossas propostas", disse Stephanie Pope, chefe da Boeing Commercial Airplanes, em mensagem aos funcionários, chamando as exigências da entidade como "inegociáveis". A executiva afirmou ainda que "outras negociações não fazem sentido neste momento".
No início deste ano, a Boeing substituiu o presidente-executivo Dave Calhoun por Kelly Ortberg, que começou a trabalhar em agosto com a esperança de chegar a um acordo trabalhista para fortalecer a empresa perante clientes e órgãos reguladores. Até o momento, nada disso aconteceu.
A Boeing está agora examinando opções para levantar bilhões de dólares para reforçar seu caixa. A Reuters informou que a empresa quer vender ações e títulos semelhantes a ações, apesar da recomendação de crédito de grau de investimento da empresa estar em risco.
Referindo-se aos dois dias de negociações, Pope disse: "Nossa equipe negociou de boa fé e fez propostas novas e aprimoradas para tentar chegar a um acordo, incluindo aumentos no salário e na aposentadoria."
O sindicato International Association of Machinists and Aerospace Workers (Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais) rebateu essas afirmações, dizendo que a Boeing estava "decidida a manter a oferta não negociada" proposta no mês passado.
"Eles se recusaram a propor qualquer aumento salarial, acúmulo de férias/licença médica, progressão, bônus de ratificação ou a contribuição. Eles também não quiseram restabelecer a pensão de benefício definido", afirmou.
O sindicato, que representa os trabalhadores da fábrica na costa oeste, quer um aumento salarial de 40% ao longo de quatro anos e a restauração de uma pensão de benefício definido que foi retirada do contrato há uma década. Mais de 90% dos trabalhadores votaram contra a proposta feita pela empresa que previa reajuste de 25% ao longo de quatro anos antes de entrarem em greve.
No mês passado, a Boeing fez uma oferta melhorada que descreveu como a "melhor e definitiva", que daria aos trabalhadores reajuste de 30% e restauraria um bônus por desempenho, mas o sindicato disse que uma pesquisa com seus membros concluiu que isso não também não era suficiente.