Investing.com - O Ibovespa passa por forte correção nesta sexta-feira em meio a um noticiário negativo internacional com a maior expectativa de aumento de juros nos EUA, um dia após a decepção com o Banco Central Europeu. O índice recua mais de 2% e retorna aos 58.800 pontos.
O dia começou com uma percepção de aumento de risco na Ásia com novo teste nuclear na Coreia do Norte, o que trouxe cautela ao mercado da região. Os investidores já repercutiam a frustração com a decisão do Banco Central Europeu, que ontem não alterou os juros e nem anunciou novas medidas de estímulos à economia.
A grande pressão pessimista veio com a fala do presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, que apontou para o aumento de juros do banco central norte-americano. A percepção do mercado é de que os diretores estão alinhando os discursos na direção da elevação da taxa básica do país, hoje entre 0,25% e 0,5%.
Segundo o Fed Watch Tool do Investing.com, as apostas em um aumento de juros na próxima reunião, em 21 de setembro subiram para 25% frente aos 18% de ontem. Já para dezembro, 56% dos analistas apostam em juros mais altos do que o praticado hoje.
O cenário pessimista para as ações derruba as bolsas norte-americanas, que enfrentam as maiores quedas diárias desde a votação do Brexit, em junho. Dow 30, S&P 500 e Nasdaq recuam 1%.
A Petrobras (SA:PETR4) recua 3% em meio a um movimento de correção e o cenário pessimista externo que derruba o petróleo. A ação é negociada a R$ 13,80, acompanhando a queda de mais de 2% na cotação da commodity no mercado internacional. Ontem, a companhia anunciou ter concluído a venda da malha de gasodutos do Sudeste para a Brookfield, em operação estimada em US$ 5,3 bilhões.
A Vale (SA:VALE5) segue em seu movimento de baixa, com nova queda de 2,5%, em meio a expectativa de queda no preço do minério de ferro. A commodity cedeu novamente hoje no mercado chinês, em sua terceira semana consecutiva de baixa. A Bradespar (SA:BRAP4) perde 3%.
O dia é negativo para as siderúrgicas acompanhando o clima negativo nas bolsas internacionais. CSN (SA:CSNA3) desaba 5%, Gerdau (SA:GGBR4) perde 2% e Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) cai 1,7%. A Usiminas (SA:USIM5) cede 1% em meio a anúncio de que seu conselho de administração aprovou as condições para a renegociação das dívidas com os bancos brasileiros.
O setor financeiro amarga fortes perdas no pregão desta sexta-feira e o IFNC cai 2,4%. A BM&FBovespa (SA:BVMF3) despenca 4%, seguida do Banco do Brasil (SA:BBAS3) e Bradesco (SA:BBDC4) com -3%. Itausa (SA:ITSA4) perde 2,5% e o Itaú Unibanco (SA:ITUB4) cai 2%.
Dólar
A moeda norte-americana se valoriza com a percepção de que um aumento de juros nos EUA está mais próximo de ocorrer. O dólar é vendido a R$ 3,26, alta de 1,5%.