Os mercados acionários da Europa fecharam a maioria em queda nesta quinta-feira, 31, e acumularam perda mensal em agosto. A pressão nas bolsas foi alimentada pelo risco de mais aumentos de juros do Banco Central Europeu (BCE), após a ata da instituição, além de indicador mais fraco que o esperado na Alemanha.
Em Londres, o FTSE 100, caiu 0,46% a 7.439,13 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, fechou em alta de 0,35%, a 15.947,08 pontos. O CAC 40, em Paris, cedeu 0,65%, a 7.316,70 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, fechou em queda de 0,29%, a 28.831,52 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 caiu 0,28%, a 9.524,60 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 cedeu 0,25%, a 6.173,99 pontos. As cotações são preliminares.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto da zona do euro ficou estável na variação mensal, mas ainda sim, o ING espera uma alta de 0,25 ponto porcentual nos juros do BC europeu, uma perspectiva que ajudou a pesar nos mercados acionários e determinar o direcionamento do pregão.
As bolsas da Europa até chegaram a ganhar força após o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA melhor que o esperado, mas os índices não mantiveram fôlego até o fim da sessão.
Mais cedo, a integrante do conselho do BCE Isabel Schnabel destacou as incertezas do quadro atual da economia da região e enfatizou a necessidade de acompanhar os próximos indicadores para as decisões monetárias. Schnabel também ressaltou que a inflação segue acima da meta. Robert Holzmann, presidente do BC da Áustria e integrante do BCE, destacou também a possibilidade de um ou dois mais aumentos nos juros.
Segundo ata publicada pela autoridade monetária sobre sua última decisão de juros, os dirigentes ainda estão com as opções em aberto para setembro e destacaram temores de "estagflação", quando mesmo uma recessão não conseguiria reduzir a inflação. Para o ING, o documento confirma atitude "hawkish" do BCE, em meio a preocupações sobre o crescimento.
Entre ações em destaque, a CMC Markets menciona a força do UBS, que subiu mais de 5%, após reportar lucros de US$ 28,88 bilhões no 2º trimestre, seguindo a compra do Credit Suisse (SIX:CSGN) pelo banco.
"O lucro, contudo, não é real, mas sim uma medida contabilística que reflete a diferença entre o preço pago pelos ativos do Credit Suisse e o seu valor real. Se retirarmos esse número, o UBS gerou lucros de US$ 1,7 bilhão de dólares sobre receitas de US$ 9,54 bilhão", esclarece a CMC Markets.