As bolsas de Nova York fecharam sem direção única nesta sexta-feira, com investidores reagindo à alta nos retornos dos títulos da dívida pública americana, o que pressionou os índices, por um lado, e a liberação de recursos previstos no pacote de estímulos fiscais, sancionado na quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de outro. Mesmo com o cenário misto, os índices Dow Jones e S&P 500 renovaram seus recordes históricos de fechamento.
O Dow Jones fechou em alta de 0,90%, a 32.778,64 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 0,10%, a 3.943,34 pontos, invertendo sinal perto do fechamento após recuar no restante do pregão. Por fim, o Nasdaq fechou em queda de 0,59%, a 13.319,86 pontos, pressionado por ações de companhias de tecnologia, mais sensíveis ao avanço dos juros dos Treasuries.
Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) (-2,00%), Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) (-0,58%), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) (-0,75%) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) (-2,41%), controladora do Google, registraram recuos expressivos nesta sexta, assim como a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), quarta ação de maior peso do Nasdaq, que caiu 0,84%. Na semana, o Dow Jones avançou 4,07%, o S&P 500 acumulou alta a 2,64% e o Nasdaq registrou ganhos de 3,09%.
O mercado de renda fixa dos EUA foi o principal driver a movimentar os índices nova-iorquinos nesta sexta. A injeção de mais estímulos na economia americana tende a pressionar as expectativas de inflação no país, o que acirra o movimento de venda dos títulos da dívida pública entre investidores, provocando a alta nos juros. Nesta sexta, o rendimento da T-note de 10 anos chegou a avançar a 1,633%. Analistas estimam que os juros dos títulos com vencimento em uma década chegarão a 2,0% até o fim de 2021.
Em contrapartida, a assinatura do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão por Biden também foi motivo de otimismo entre investidores, diante da perspectiva de aceleração da economia dos EUA, em direção a uma recuperação robusta após a crise do coronavírus. Nesta sexta, o presidente americano disse que a nova rodada de estímulos criará 7 milhões de empregos no país, cuja taxa de desemprego atual é de 6,2%.
O setor bancário foi um dos destaques positivos nas bolsas nesta sexta, se beneficiando do noticiário econômico dos EUA. O Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) avançou 1,83%, seguido de Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34) e JPMorgan Chase (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), que registraram ganhos de 1,35% e 1,20%, respectivamente. Wells Fargo (NYSE:WFC) (SA:WFCO34) (+2,80%) e Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34) (+2,55) acumularam altas ainda mais expressivas.
Ações de companhias aéreas também tiveram forte avanço, com destaque para a American Airlines (NASDAQ:AAL) (SA:AALL34) (+5,51%). Já a Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34) subiu 6,79% nesta sexta, após anunciar a venda de 24 aviões do modelo 737 MAX. Em desempenho similar, o setor automotivo esteve entre os principais ganhadores do pregão desta sexta-feira, com Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34) em alta de 4,37% e General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34), de 5,20%.
Entre indicadores nos EUA, foi divulgado o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de fevereiro pelo Departamento do Trabalho americano. O resultado veio em linha com a projeção de analistas, e ajudou a moderar a alta nos rendimentos dos Treasuries, dando algum apoio às bolsas de NY.