Investing.com - O Ibovespa acompanha o pessimismo internacional e segue em queda desde as 11h, quando o otimismo com dados do varejo norte-americano estimulou uma rápida alta. Às 13h30, o índice perde 1,5% aos 48.940 pontos.
As bolsas mundiais operam em baixa com a indicação de que a maioria dos britânicos votará pela saída do Reino Unido da União Europeia. Ontem o tabloide The Sun, mais vendido do país, defendeu o voto pelo fim da união.
As incertezas em relação ao impacto econômico da saída da União Europeia e as consequências políticas nos demais países do bloco fazem os investidores assumirem posições cautelosas e reduzirem suas posições em ativos de risco, como a bolsa de valores. O índice francês CAC 40 caiu 2,3%, seguido pelo FTSE 100 (-2%) e o DAX (-1,8%). Nos EUA, Dow Jones 30 cai 0,3%, enquanto o Nasdaq e o S&P 500 cedem 0,2%.
No cenário interno, os investidores aguardam o projeto que será enviado pelo governo ao Congresso para limitar o aumento dos gastos públicos. O Estadão informa que o texto da PEC deverá conter a elevação dos desembolsos atrelados à inflação do ano anterior por um período de até 20 anos. O longo prazo poderá enfrentar resistência no Legislativo.
No Brasil, a Petrobras perde 3,5% nas ações ON (SA:PETR3) e 2,7%, nas PN (SA:PETR4). Os papéis acompanham a desvalorização do petróleo, que cede 1,2% no mercado internacional. No noticiário interno, o novo presidente da companhia Pedro Parente deverá reapresentar aos sindicatos proposta para reduzir a jornada de trabalho para 6h e cortar o salário em 25%. A medida tinha sido levada aos trabalhadores pelo ex-presidente Aldemir Bendine, mas foi abandonada com a forte rejeição provocada.
A Vale recua 3,3% em seus papéis ordinários (SA:VALE3) e figura entre as principais perdas do dia. A ação preferencial (SA:VALE5) cai 2%. O dia é de perdas no minério de ferro, que fechou em baixa de 4,5% na China e retornou aos US$ 50,60/t. A companhia anunciou que ação no Rio de Janeiro que pedia reparação de R$ 20 bilhões pelo rompimento da barragem em Mariana (MG) foi extinta sem julgamento do mérito.
O setor siderúrgico opera em baixa nesta terça-feira, com a exceção da Gerdau (SA:GGBR4) que sobre 0,7%, após três fortes quedas seguidas com a expectativa pelo julgamento no Carf dos processos que estão sob investigação na Operação Zelotes. Usiminas (SA:USIM5) cede 1,1%, enquanto a Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) perde 0,5% e a CSN (SA:CSNA3), 0,5%.
A Cosan (SA:CSAN3), que subiu 0.7% ontem após o anuncio da compra da Ale pela Ipiranga, cai 3,5%. A distribuidora do grupo fortalece sua posição no Nordeste com a aquisição, que custará R$ 2,27 bilhões.
Os bancos enfrentam um dia negativo nas bolsas nesta terça-feira e o IFNC cai 1,2%. Bradesco (SA:BBDC4) perde 1,7%, seguido por Banco do Brasil (SA:BBAS3) (-1,6%), Itaúsa (-1,1%) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) (-0,4%).
Dólar
A moeda norte-americana opera estável em relação ao real em um dia volátil sem tendência definida. A divisa é negociada a R$ 3,48, com variação diária entre R$ 3,45 e R$ 3,51.
O mercado espera o fim da reunião do Fed amanhã para tentar identificar novas pistas na ata sobre um possível aumento de juros nos próximos encontros, marcados para julho e setembro. O movimento pelo maior aperto monetário ganhou força com dados do varejo nos EUA, que subiram 0,5% em maio, acima da previsão de 0,3%.