Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa fechou com o seu principal índice em queda nesta terça-feira, em nova sessão com liquidez reduzida, com apreensões acerca da situação política e econômica no Brasil prevalecendo sobre as influência externa positiva.
O Ibovespa caiu 0,25 por cento, a 43.653 pontos.
No penúltimo pregão de 2015, o volume financeiro somou apenas 3 bilhões de reais, bem abaixo da média diária de dezembro de 6,9 bilhões de reais.
No exterior, a alta dos preços do petróleo, após atingirem mínimas de 11 anos recentemente, deu suporte aos pregões na Europa e endossava ganhos em Wall Street, com o S&P 500 avançando 1,2 por cento.
Do noticiário local, o déficit primário de 19,567 bilhões de reais em novembro, acumulando em 12 meses um déficit de 0,89 por cento do PIB, fortaleceu o pessimismo com a situação das contas públicas do país.
DESTAQUES
=BRF respondeu pela maior pressão de baixa, com queda de 2,85 por cento, devolvendo parte dos ganhos acumulados em pregões recentes.
=ECORODOVIAS caiu 3,18 por cento, a 4,87 reais, mínima histórica. O papel vem sofrendo desde a entrada do italiano Grupo Gavio no controle da empresa por meio de um aporte de capital de 2,224 bilhões de reais, em operação sem tag along, logo sem benefício direto aos minoritários. Desde o dia 18, quando foi anunciada a operação, a ação caiu 12,25 por cento.
=ULTRAPAR recuou 1,71 por cento, com dados sobre consumo de combustíveis no país mostrando queda, embora analistas avaliem que a companhia tem se mostrado capaz de compensar a retração no mercado com ganho de espaço no mercado.
=MULTIPLAN caiu 3,41 por cento, liderando perdas do empresas de shopping centers, em meio à divulgação de números fracos sobre o desempenho das lojas para o período do Natal.
=PETROBRAS não sustentou a alta da manhã e fechou com as preferenciais em baixa de 0,15 por cento, apesar da alta do petróleo. A estatal informou logo após o fechamento do pregão da véspera que concluiu a venda de 49 por cento da subsidiária Gaspetro à japonesa Mitsui.
=ELETROBRAS fechou em alta de 1,8 por cento, revertendo as perdas registradas na maior parte do pregão. A mudança de rumo ocorreu nos ajustes de fechamento, após notícia da Reuters de que a estatal estuda a possibilidade de não renovar a concessão de algumas de suas distribuidoras de eletricidade, conforme fonte da companhia.
=LOJAS AMERICANAS avançou 4,53 por cento e LOJAS RENNER valorizou-se 2,18 por cento. O BTG Pactual (SA:BBTG11) destacou que, apesar de dados recentes sinalizando que as vendas de Natal foram fracas, os dois papéis seguem como suas "top picks", uma vez que ambas apresentaram números melhores que o mercado, coforme nota a clientes.
=VALE reverteu as perdas da primeira etapa e encerrou com as preferenciais de classe A em alta de 0,3 por cento, em meio a novo avanço dos preços do minério de ferro na China.
=DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA, que não está no Ibovespa, saltou 31,68 por cento após sua controladora, a Cromossomo Participações II, divulgar edital da oferta pública voluntária (OPA) para aquisição de ações de emissão da companhia, com o preço de 10,50 reais por ação --uma valorização de 37 por cento frente ao fechamento da véspera.