Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 (SA:BVMF3) recuava na manhã desta segunda-feira, contaminado pelo quadro externo desfavorável, com queda nas praças acionárias na Europa e futuros norte-americanos, bem como recuo do petróleo.
Às 10:53, o Ibovespa caía 0,82 por cento, a 83.351 pontos. O volume financeiro no pregão somava 804 milhões de reais.
Também pesavam no pregão brasileiro as incertezas relacionadas à reforma da Previdência, prevista para ser votada até o final do mês pelos deputados.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que não pretende retirar a Previdência da pauta da Casa antes do dia 20 de fevereiro, mas deixou em aberto a possibilidade de retirada após essa data.
No exterior, as praças acionárias reagiam a preocupações sobre o efeito de um robusto mercado de trabalho norte-americano na inflação, com a alta nos rendimentos de títulos públicos também pressionando os negócios.
O índice de ações europeu FTSEurofirst 300 caía 1,45 por cento e o futuro do norte-americano S&P 500 recuava 0,67 por cento.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) caía 1,22 por cento, em nova sessão negativa para as ações de bancos no Ibovespa, antes da divulgação do seu resultado trimestral ainda nesta segunda-feira. BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedia 0,29 por cento, tendo no radar o anúncio de que o seu conselho de administração indicou Octavio de Lazari Junior para assumir a presidência-executiva do banco, em substituição a Luiz Carlos Trabuco.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) recuavam 1,55 e 1,21 por cento, respectivamente, conforme os preços do petróleo Brent e WTI eram negociados perto da mínima em um mês, pressionados por uma maior produção nos Estados Unidos e um mercado físico fraco.
- SMILES ON (SA:SMLS3) perdia 2,78 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa. A equipe de estratégia do Itaú BBA liderada por Gregorio Tomassi retirou a ação de sua carteira recomendada para América Latina, citando entre outros fatores que os resultados podem desapontar.
- MRV (SA:MRVE3) caía 2,57 por cento, após o Credit Suisse cortar a recomendação das ações para 'underperform' ante 'neutra', bem como reduzir o preço-alvo para 14,50 de 16 reais, citando expectativa de ajustes no Programa Minha Casa Minha Vida, que pode afetar a construtora voltada à baixa renda.
- CIELO ON (SA:CIEL3) cedia 2,36 por cento, também na ponta negativa. Analistas do BTG Pactual (SA:BPAC11) reduziram a recomendação dos papéis para 'neutra', citando rali recente, enquanto reiteraram o preço-alvo de 27,5 reais.
- SUZANO PAPEL E CELUOSE SUZB3 subia 0,99 por cento, entre as poucas altas do dia, após notícias de que a companhia aumentou a partir deste mês os preços da celulose vendida a clientes da América do Norte e Europa em 30 dólares a tonelada. O setor de papel e celulose como um todo avançava nesta sessão.
- EMBRAER (SA:EMBR3) ganhava 1,64 por cento, ainda sob efeito das apostas ligadas a um possível acordo com a norte-americana Boeing. Duas fontes do governo afirmaram à Reuters na sexta-feira que o governo brasileiro deverá dar uma resposta nos próximos dias sobre se aceita a criação de uma terceira empresa, negociada entre as companhias como forma de contornarem as condições do governo federal em torno de uma eventual aquisição da companhia brasileira.
(Por Raquel Stenzel)