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Bovespa salta 5% com agravamento de crise política; Petrobras PN dispara 16%

Publicado 03.03.2016, 19:38
Atualizado 03.03.2016, 19:40
© Reuters.  Bovespa salta 5% com agravamento de crise política; Petrobras PN dispara 16%
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa saltou 5 por cento nesta quinta-feira, superando os 47 mil pontos após quatro altas seguidas, com o agravamento da crise envolvendo o governo da presidente Dilma Rousseff sendo bem recebido pelos mercados financeiros.

O Ibovespa subiu 5,12 por cento, a 47.193 pontos. Foi a maior alta percentual diária desde outubro de 2009, levando o índice de referência do mercado acionário brasileiro para a máxima desde novembro do ano passado.

O volume financeiro do pregão somou 13 bilhões de reais, mais do que o dobro da média diária do ano, de 5,7 bilhões de reais.

O principal foco do dia foi uma reportagem da revista IstoÉ dizendo que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, teria feito acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava Jato citando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Se isso for verdade, a já desgastada governabilidade do atual governo morre de vez", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, que pediu para não ser identificado.

Operadores disseram que o movimento de alta refletiu em grande parte desmonte e cobertura de posições vendidas, principalmente em papéis com participação estatal, como Petrobras (SA:PETR4) e Banco do Brasil (SA:BBAS3).

No mercado financeiro, notícias potencialmente desfavoráveis para o governo tendem a repercutir positivamente, uma vez que favorecem apostas de troca no comando do país, com chance de mudança nos cenários político e econômico.

Há também expectativa entre agentes financeiros de que a sexta-feira traga nova fase da operação Lava Jato, com risco de afetar nomes ainda mais relevantes na política nacional.

"É uma combinação de ímpeto de commodities – apesar da trégua nesta sessão - com momento político", disse o gestor Marcello Paixão, sócio da administradora de recursos Constancia NP.

"Naturalmente que, em algum momento, uma parte dessa alta vai desmontar, porque parte do que subiu são empresas que estão com problemas financeiros e que provavelmente terão pouco refresco mesmo com um eventual governo novo."

O ruído político se sobrepôs ao anúncio que o PIB do quarto trimestre, que mostrou contração de 3,8 por cento da economia brasileira em 2015, no pior resultado desde 1990.

Também esteve no radar o rebalanceamento do índice FTSE All World, com a exclusão de nove ações de sete companhias brasileiras, enquanto uma foi adicionada na composição que entra em vigor após o fechamento do dia 18.

DESTAQUES

- PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 16,28 por cento, maior avanço diário desde janeiro de 1999, e com as ordinárias disparando 12,47 por cento, contagiadas pelas expectativas relacionadas ao cenário político.

- BANCO DO BRASIL saltou 13,07 por cento, maior ganho percentual desde novembro de 2008, também repercutindo as notícias políticas. O Credit Suisse cortou o preço-alvo da ação de 19 para 12,50 reais e manteve recomendação "underperform", enquanto o Goldman Sachs elevou o preço-alvo de 14,6 para 15 reais, com recomendação "neutra".

- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO subiram 9,89 e 8,93 por cento, respectivamente, maiores altas em sete anos, tendo ainda no radar aprovação na Câmara dos Deputados de medida provisória que aumenta para 18 por cento a alíquota do Imposto de Renda sobre o juro sobre capital próprio, conforme esperado. SANTANDER BRASIL avançou 8,42 por cento.

- VALE foi contagiada pelo viés otimista, com as preferenciais de classe A subindo 9,71 por cento e as ordinárias ganhando 9,85 por cento, tendo ainda como pano de fundo a alta recente dos preços do minério de ferro na China. Agentes financeiros também seguiram avaliando os termos do acordo fechado pelo governo com a Samarco sobre o desastre em Minas Gerais, considerados por analistas favoráveis às empresas.

- USIMINAS saltou 35,11 por cento, maior ganho desde janeiro de 1994, em nova sessão de ganhos fortes no setor siderúrgico, com profissionais do mercado de renda variável atribuindo o movimento exacerbado de Usiminas (SA:USIM5) em grande parte a coberturas de posições vendidas, conforme os papéis tinham um percentual relevante do "free float" alugado para venda. Também esteve no radar reunião do Conselho de Administração da Usiminas prevista para o próximo dia 11, que poderá avaliar um plano de capitalização da siderúrgica.

- EMBRAER (SA:EMBR3) desabou 13,99 por cento, maior queda desde março de 2002, após reportar resultado trimestral considerado fraco por analistas, assim como estimativas para 2016, que desapontaram. O Itaú (SA:ITSA4) BBA cortou a recomendação do papel para "market perform" e citou entres seus argumentos a incapacidade da empresa de traduzir um real mais fraco em margens operacionais mais altas.

- CETIP (SA:CTIP3) perdeu 0,77 por cento e BM&FBOVESPA avançou 7,09 por cento, após a primeira autorizar assessores a iniciar discussões sobre a oferta de união com a BM&FBovespa (SA:BVMF3), após seu Conselho de Administração não aceitar a oferta com os termos atualmente propostos.

- ENERGIAS DO BRASIL ganhou 2,32 por cento, em meio à alta anual de 20,7 por cento no lucro do quarto trimestre e crescimento de 3,3 por cento do Ebitda ante o último trimestre de 2014.

(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr.)

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