Investing.com - O clima no mercado continua com forte instabilidade e volatilidade após a eleição de Donald Trump surpreender as previsões do mercado e desorganizar as precificações de ativos, moedas e commodities globais. Em meio à turbulência internacional e a onda de novos resultados corporativos do terceiro trimestre, o Ibovespa opera sem tendência definida na manhã desta sexta-feira. O índice cai 1% às 12h30 voltando a casa dos 60.500 pontos.
O Ibovespa abriu em forte e atingiu os 60.053 pontos ao final da meia hora de negociação, o patamar mais baixo desde o início de outubro. A chegada aos 60 mil pontos deu início a um movimento de compra que levou o índice ao positivo, subindo 1.600 pontos em uma hora.
Nos primeiros momentos de negociação nos EUA, os principais índices operam com perdas, lideradas pelo Nasdaq (-0,4%) em meio aos receios do impacto das políticas protecionistas de Trump no setor tecnológico. Dow 30 cede 0,05% e o S&P 500 cai 0,1%.
A Europa opera sem direção definida com o DAX avançando 0,4% em meio à resultados corporativos, enquanto o CAC 50 perde 0,5%. O FTSE 100 cai 1,2% com aumento das incertezas em relação ao Brexit, após o partido democrata liberal anunciar que não votará no Parlamento pela saída do Reino Unido da União Europeia.
A desvalorização do real volta a chamar a atenção nesta sexta-feira em um movimento global de queda das divisas dos países emergentes, em meio às apostas de juros mais altos para compensar as políticas expansionistas de um governo de Trump. O real tocou os R$ 3,4950 pela manhã, mas perdeu força e passou a subir 1% aos R$ 3,42. Desde a definição da eleição dos EUA, o real perdeu 8%, alcançando o maior patamar desde meados de junho.
A subida do dólar é uma boa notícia para as exportadoras brasileiras, que operam novos dias de ganhos no Ibovespa. Fibria (SA:FIBR3) sobe mais de 4%, enquanto a Suzano (SA:SUZB5) avança 3,6%. Braskem (SA:BRKM5) e JBS (SA:JBSS3) sobem 2,5%.
Destaques do Ibovespa
A Petrobras (SA:PETR4) afunda quase 4% acompanhando as perdas do petróleo no mercado internacional e com o mercado reagindo ao resultado do terceiro trimestre publicado ontem após o fechamento. A commodity cede 2% com a percepção da Opep de que a sobreoferta vai aumentar em 2017, caso não haja corte em países fora do cartel. No cenário corporativo, a empresa anunciou um prejuízo de 16,46 bilhões no terceiro trimestre, com forte impacto da revisão dos valores dos ativos lançados em seus balanços que pesaram R$ 15,71 bilhões. Com o prejuízo, as chances de distribuição de dividendos neste ano se torna mais improvável, o que aumenta o peso sobre as ações preferenciais. Os papéis ordinários (SA:PETR3) têm leve alta.
A Vale (SA:VALE5) segue em seu forte rali impulsionada pelo avanço da cotação do minério na China. A commodity subiu 7,4% nesta sexta-feira em Tianjin para US$ 79,70/tonelada, maior valor desde 24 de outubro de 2014. O papel preferencial avança 3%, acumulando alta de 25% na semana. No radar, a Justiça Federal determinou que a empresa, BHP Billiton e a Samarco depositem R$ 1,2 bilhão em 30 dias para garantir futuras compensações pelo rompimento da barragem de Fundão no ano passado.
Os bancos seguem pressionados pelas incertezas globais e afundam novamente nesta sexta-feira. O Banco do Brasil (SA:BBAS3) perde 3% um dia após divulgar queda no lucro e corte nas expectativas para este ano. O Bradesco (SA:BBDC4) perde 1,5% enquanto o Itaúsa ITSA4 (SA:ITSA4) e Itaú Unibanco (SA:ITUB4) caem 1%. A Cetip (SA:CTIP3) cede 0,8% após apresentar alta de 12% no lucro, que fechou o terceiro trimestre em R$ 146,6 milhões. A companhia anunciou em abril uma fusão com a BM&FBovespa (SA:BVMF3), que mergulha hoje 3%.
Resultado pressionam companhias
A Copel (SA:CPLE6) despenca quase 10% no pregão desta sexta-feira após apresentar prejuízo de R$ 75,1 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 91,4 milhões em igual período no ano passado. A receita cedeu mais de 10% para R$ 2,9 bilhões.
A Cyrela (SA:CCPR3) também cai forte após divulgação de balanço do terceiro trimestre. A construtora cede 6% após o lucro cair 89% e ficar em R$ 14 milhões, pressionado pelo maior número de distratos provocados pela fraqueza do consumo interno, segundo a companhia.
As Lojas Americanas (SA:LAME4) perdem 3% com peso de seu prejuízo de R$ 70,5 milhões no terceiro trimestre revertendo lucro de R$ 6,5 milhões em 2015. A receita caiu quase 2% para R$ 3,96 bilhões.
A CPFL (SA:CPFE3) divulgou queda de 13,5% no lucro, que fechou o lucro do terceiro trimestre a R$ 231,6 milhões. A ação cede 1%.
Marfrig e Estácio disparam
A produtora proteína animal (SA:MRFG3) dispara quase 11% no pregão desta sexta-feira mesmo após apresentar resultado financeiro fraco no terceiro trimestre. A companhia registrou prejuízo de R$ 170,4 milhões e queda de 13% no faturamento líquido. A empresa traçou um cenário mais positivo para os próximos trimestres com preço mais estável no custo do gado e valores maiores na exportação.
A Estácio divulgou lucro de R$ 135,7 milhões no terceiro trimestre, resultado 7% acima na comparação anual. A receita subiu 7% para R$ 763 milhões e o Ebitda saltou 14,6% no mesmo período. A ação (SA:ESTC3) avança 5%.