Brasil e México adotam estratégia de esperar para ver antes de reagir à ameaça de tarifas sobre aço de Trump

Publicado 10.02.2025, 16:58
Atualizado 10.02.2025, 17:00
© Reuters. Presidente mexicana, Claudia Sheinbaumn21/01/2025nREUTERS/Henry Romero

CIDADE DO MÉXICO/SÃO PAULO (Reuters) - Brasil e México, dois dos principais exportadores de aço para os Estados Unidos, aguardarão para ver se o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciará tarifas sobre importações de aço e alumínio antes de reagirem, disseram autoridades dos dois países nesta segunda-feira.

Trump deve introduzir novas tarifas de 25% nesta segunda-feira sobre todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos, além das que já existem sobre metais, em uma outra grande escalada da sua nova política comercial.

Quase um quarto de todo o aço usado nos EUA é importado, e Trump prometeu ressuscitar a produção doméstica, após empresas norte-americanas paralisarem usinas nos últimos anos.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira que seu governo “esperaria para ver se alguma coisa é anunciada hoje e, a partir daí, tomaremos uma decisão”.

Enquanto isso, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro apenas “se manifestará oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados e revistos”.

Haddad fez os comentários após um jornal brasileiro publicar que o Brasil poderia impor tarifas sobre empresas de tecnologia dos EUA em retaliação às tarifas sobre o aço. Haddad disse que a reportagem “não estava correta”.

Em seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre alumínio, embora Brasil e México estivessem entre países que acabaram mais tardes isentos. Alguma das principais empresas siderúrgicas da região atendem fortemente ao mercado dos EUA.

A Ternium (NYSE:TX), que embarcou um recorde de 4,1 milhões de toneladas de aço no México no terceiro trimestre, tem as montadoras norte-americanas que constroem carros no país entre seus principais clientes. A empresa está construindo uma nova fábrica no norte do México para atender às exigências de aço do acordo comercial trilateral do México com EUA e Canadá.

As ações listadas em Nova York da Ternium subiam 0,8% na tarde desta segunda-feira. As ações da Usiminas (BVMF:USIM5), controlada pela Ternium, avançavam cerca de 2% nas negociações do Brasil, com apenas uma pequena porcentagem de suas remessas de aço destinadas ao exterior.

A siderúrgica Gerdau (BVMF:GGBR4) deve se beneficiar das tarifas porque opera 11 unidades de produção nos EUA e Canadá. Suas ações saltavam mais de 4%.

“DUMPING” DA CHINA

Líderes do setor siderúrgico mundial têm acusado a China nos últimos anos de uma prática conhecida como “dumping”, na qual ela vende excedentes de aço no exterior por preços abaixo do mercado.

Nos últimos meses, tanto Brasil quanto México impuseram tarifas de dois dígitos sobre importações de aço da China, em uma tentativa de coibir a prática, embora as siderúrgicas brasileiras tenham solicitado a implementação de taxas ainda mais altas.

(Reportagem de Gabriel Araujo e Isabel Teles em São Paulo e Kylie Madry na Cidade do México)

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