SÃO PAULO (Reuters) - A BRF (SA:BRFS3) teve lucro líquido de 1,415 bilhão de reais no quarto trimestre, avanço de 42,8 por cento sobre o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelas operações internacionais e em resultado acima do esperado pelo mercado, informou na noite de quinta-feira.
O resultado foi favorecido por crescimento em todas as regiões exceto o Brasil e por impacto positivo de 255 milhões de reais na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social, ante despesa de 214 milhões de reais nos três últimos meses de 2014.
A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 1,885 bilhão de reais, alta de 7 por cento na base de comparação anual.
A expectativa média de analistas, de acordo com pesquisa da Reuters, era de lucro líquido de 866 milhões de reais e Ebitda de 1,62 bilhão de reais.
A receita líquida ficou em 9 bilhões de reais, alta de 11,3 por cento sobre os três últimos meses de 2014, com crescimento em todas as regiões na comparação anual, exceto no Brasil, que teve recuo de 0,8 por cento.
O crescimento foi puxado por um melhor mix de vendas e aumento dos preços médios em reais, disse a companhia, com destaque para Oriente Médio e África, América Latina e Europa.
A margem bruta passou a 31,3 por cento, com contração de 2,1 pontos percentuais, devido ao maior custo de produção, principalmente devido ao impacto do câmbio nos preços de grãos, embalagens e outros insumos importados. A margem Ebitda ficou em 21 por cento, baixa de 0,9 ponto percentual.
"O cenário de custos que vimos ao longo de 2015, derivado principalmente do impacto do câmbio, continuou pressionando as margens no último trimestre. Além disso, a decisão de postergar para 2016 o reajuste de preços (visando focar no retorno da Perdigão e na operação de comemorativos) acabou não ajudando a mitigar esse efeito", disse a BRF.
Os volumes no Brasil tiveram contração anual de 6,3 por cento no quarto trimestre, puxados principalmente pelos produtos in natura, cuja queda foi de 8,8 por cento.
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Em fato relevante, a BRF informou ainda que o Conselho de Administração da companhia aprovou o cancelamento de 60 milhões de ações mantidas em tesouraria, sem valor nominal. Seu capital social passou a ser dividido em 812.473.246 ações ordinárias.
A companhia também anunciou nova estrutura organizacional global. Entre outras mudanças, Alexandre Borges, atual diretor geral para a América Latina, foi indicado para diretor de Finanças e de Relações com Investidores em substituição a Augusto Ribeiro Júnior, que deixa a empresa.
A BRF passará a contar com cinco vice-presidências na nova estrutura.
(Por Priscila Jordão)