Investing.com - Nesta terça-feira, o BTG Pactual (SA:BPAC11) comunicou que iniciou a cobertura das ações do Carrefour (SA:CRFB3) Brasil, com recomendação neutra e preço-alvo em R$ 20,00, que implica em um múltiplo de P/L de 2019 de 20x e um aumento de 19% em relação aos níveis atuais. O banco de investimento, nestes termos, opta pelas ações do Pão de Açúcar (SA:PCAR4) ao invés da rede de supermercados francesa.
Para a equipe, a compra dos ativos é efetivamente uma aposta nas perspectivas superiores de execução e crescimento do segmento cash-and-carry; que a empresa pode obter grande valor de seus negócios imobiliários e de financiamento ao consumidor; que uma maior inflação de alimentos compensará a pressão de margem em alguns formatos (por exemplo, hipermercados); e que iniciativas para aumentar a lucratividade em sua divisão Varejo serão recompensadas.
Dessa forma, até pela recomendação neutra, a orientação dos analistas é que os investidores não paguem (totalmente) pelas perspectivas nesse momento, especialmente por conta da pequena vantagem de margens no canal super/hipermercado da empresa.
O BTG destaca que a maioria dos segmentos do varejo é difícil de gerenciar, mas o varejo de alimentos é quase impossível. Para eles, quase tudo é complexo, incluindo um enorme número de fornecedores, muitos dos quais têm forte valor de marca e poder de barganha. É também o único setor de varejo onde os players estrangeiros são líderes de mercado.
Apesar disso, na maioria dos 27 estados do Brasil, há pelo menos um forte participante regional, alavancando uma grande execução, o que significa uma competição mais forte pelas maiores redes.
Embora o BTG assuma um apelo mais conservador aos principais varejistas de alimentos no longo prazo, devido à competição dos players regionais e à redução da atratividade dos hipermercados em relação a outros formatos, eles admitem que, em uma negociação, o Grupo Pão de Açúcar tem um melhor momento operacional de curto prazo que o Carrefour em termos de margens e crescimento de receita. No longo prazo, o Carrefour tem uma proposta de valor melhor, já que sua exposição ao formato cash-and-carry (cerca de 70% das vendas) e a excelente execução no Banco CSF, braço financeiro do Carrefour, devem garantir retornos decentes nos próximos anos.
Por outro lado, em relatório enviado a clientes hoje, o Itaú BBA elevou o preço-alvo dos ativos de R$ 20 para R$ 22, com a recomendação mantida em outperform.