Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - O varejista francês Casino, que tem enfrentado preocupações de investidores com seu elevado endividamento, prometeu melhorar lucro e o fluxo de caixa na França e vender mais ativos em um plano estratégico de três anos.
Inicialmente, investidores receberam bem o plano antes que algumas preocupações sobre o fluxo de caixa pesassem sobre as ações da companhia que controla o GPA (SA:PCAR4) no Brasil. Assim como rivais domésticos, como Carrefour (SA:CRFB3) e Auchan, o Casino enfrenta uma intensa concorrência de preços na França, bem como desafios de empresas online como a Amazon (NASDAQ:AMZN). O Casino, que teve seu rating reduzido a 'junk' pela Standard & Poor's em 2016, embarcou na venda de ativos para reduzir dívida e aliviar preocupações sobre sua posição financeira e da holding controladora Rallye. A dívida líquida consolidada do grupo somou 3,4 bilhões de euros no final do ano passado, abaixo dos 4,1 bilhões do ano anterior.
O plano mais recente concentra-se no crescimento do lucro através da monetização de dados de clientes, economia em contratos de compras e maior foco no comércio eletrônico, alimentos orgânicos, lojas de conveniência e serviços de energia.
O Casino tem como meta crescimento de 10 por cento ao ano no lucro de seu negócio de varejo francês entre 2019 e 2021 e a geração de 500 milhões de euros em fluxo de caixa livre por ano.
Além disso a empresa elevou sua meta para venda de ativos não estratégicos para pelo menos 2,5 bilhões de euros, a ser alcançada no primeiro trimestre de 2020.
Em 2018, o Casino gerou 229 milhões de euros em fluxo de caixa livre sem considerar os planos de vendas de ativos.
A empresa reportou lucro operacional de 1,209 bilhão de euros em 2018, um aumento de 18 por cento em base orgânica - excluindo créditos fiscais - que superou a meta da própria companhia de crescimento de 10 por cento.
Somente as operações francesas de varejo alcançaram um lucro operacional de 518 milhões de euros, um aumento orgânico de 15,7 por cento.