Pressionado por bancos credores, o varejista francês Casino (EPA:CASP) seguiu com seus planos e vendeu cerca de 11% do capital do atacarejo Assaí (BVMF:ASAI3), desafiando a volatilidade do mercado brasileiro no pós-eleição. O grupo decidiu não negociar o lote extra. Com isso, a operação alcançou R$ 2,67 bilhões, com a ação saindo a R$ 19.
A oferta de ações envolveu exclusivamente papéis do Casino, o que significa que todos os recursos levantados irão para o varejista francês, e não para o caixa da companhia. A decisão de não vender o lote adicional, que poderia aumentar a oferta em cerca de R$ 1 bilhão, foi tomada antes da precificação da ação, disse uma fonte. Com a operação, a fatia do Casino cai de 41% para cerca de 30%.
Exatamente em razão da volatilidade do mercado neste mês, a decisão dos bancos de estruturar a oferta foi de evitar ao máximo a exposição ao mercado. Por isso, antes de lançar oficialmente a oferta, os bancos responsáveis pela operação tatearam possíveis investidores, identificaram alta demanda e deram confiança ao grupo para enfrentar a turbulência.
Aposta
Por precisar de mais capital para fazer frente aos seus compromissos na França, a leitura dos analistas que acompanham a empresa é a de que o grupo de Jean-Charles Naouri ainda terá de vendar a fatia remanescente do Assaí após o fim de um período de restrição da venda, estabelecido em 90 dias. Fora isso, a aposta é a de que serão vendidos outros ativos na América Latina. No Brasil, o francês é dono do GPA, do supermercadista Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3).
A oferta foi lançada na segunda, 28, e já precificada na terça-feira, 29, sendo que, normalmente, nas ofertas subsequentes de ações, aquelas feitas por empresas já listadas na Bolsa, esse processo dura ao menos mais de uma semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.