BBAS3: Saiba como usar análise SWOT para investir, ou não, em Banco do Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - A Cemig (SA:CMIG4) vai acelerar seu plano de desinvestimentos agora que resolveu problemas mais urgentes de liquidez, o que deve significar uma conclusão ainda em 2018 de negociações para a venda de sua fatia na hidrelétrica de Santo Antônio e de sua controlada Light (SA:LIGT3), disseram executivos da elétrica em teleconferência com investidores nesta quarta-feira.
Após pergunta de um analista, os executivos da Cemig afirmaram também que o negócio pela Light ainda não foi fechado porque a proposta apresentada pelo ativo até o momento não fez "brilhar os olhos" da companhia.
Eles ressaltaram que, embora a Cemig tenha a firme intenção de sair do negócio, não fará isso dilapidando seu patrimônio, principalmente em um momento em que acontece uma guerra de ofertas pela Eletropaulo (SA:ELPL3), distribuidora responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo.
"As negociações continuam, com uma previsão de conclusão dentro do cronograma esperado, no segundo semestre. Mas acho que a Light tem algo muito positivo, que é esse momento de visibilidade do setor de energia e do setor de distribuição com a Eletropaulo. Esse evento favorece e pode até acelerar nosso processo de venda", disse o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, Daniel Faria Costa.
A Cemig é a principal acionista e controladora da Light, com uma fatia de cerca de 36 por cento na empresa, que tem ativos de geração e é responsável pela distribuição na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Mas a companhia ainda tem um acordo com seus sócios na elétrica-- Banco do Brasil (SA:BBAS3), Santander (SA:SANB11) e BV Financeira-- pelo qual se compromete a comprar suas participações caso a Light não seja vendida até novembro deste ano.
Segundo Costa, a Cemig tem recursos para cumprir essa obrigação caso a venda não seja concretizada.
"A Cemig não está na situação (de crise financeira) que estava em dezembro de 2017", garantiu ele.
Existe entre os investidores um receio de que a Light se torne uma estatal caso a Cemig precise exercer a opção de compra da fatia dos sócios, mas segundo os executivos da companhia essa possibilidade não está em cogitação.
Eles disseram que nesse caso a Cemig poderia vender até em bolsa as ações da Light na quantidade mínima suficiente para garantir que a empresa não seja caracterizada como estatal.
Eles também adicionaram que estão avaliando "todas alternativas" para maximizar a geração de valor na venda da elétrica, o que poderia eventualmente até passar por uma cisão dos ativos da geração e distribuição da empresa.
"A gente não tem preconceito", disse um dos executivos da Cemig durante a teleconferência.
SANTO ANTÔNIO
Os executivos da Cemig também afirmaram que a empresa e seus sócios na hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, retomaram negociações para tentar fechar a venda de suas fatias no empreendimento a um "grupo chinês".
A chinesa State Power Investment Corporation (SPIC) chegou a apresentar uma oferta pelo ativo no ano passado.
"Essa transação está prevista para ser concluída a negociação até o final do semestre", disse o diretor de Desenvolvimento de Negócios.
A Cemig tem 10 por cento em Santo Antônio de maneira direta e mais uma fatia adicional por meio da SAAG Investimentos, que tem 12,4 por cento do empreendimento. A usina também tem como sócios Odebrecht (18,6 por cento), Furnas, da Eletrobras (SA:ELET3) (39 por cento) e o Caixa FIP Amazônia Energia (20 por cento).
Os investimentos na hidrelétrica, que é uma das maiores do país, com 3.568 megawatts em capacidade, foram de 20 bilhões de reais.
(Por Luciano Costa)