Investing.com - A Cemig opera perto da estabilidade após ter despencado 5% na abertura com a informação de que a empresa propôs um aumento de capital da ordem de R$ 1 bilhão, o que resultaria em uma diluição de 13% dos atuais acionistas.
O papel (SA:CMIG4) é vendido a R$ 8,27 às 12h, após um forte movimento de recuperação que tirou a companhia da mínima de R$ 7,83 tocada nos primeiros momentos do pregão.
A elétrica mineira tem atravessado um momento negativo com recuo de 10% desde o início da semana passada, ao mesmo tempo em que o Ibovespa seguiu para recorde acima dos 76 mil pontos. Pesa sobre a companhia o fracasso das negociações para manter as hidrelétricas sob seu controle e impedir o leilão marcado para amanhã.
Hoje, o presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, confirmou que tem a expectativa de ficar ao menos com a usina de Miranda e o acordo será enviado ao governo.
A possibilidade de que a mineira ficaria com a hidrelétrica foi adiantada ontem à Reuters pelo deputado federal Fábio Ramalho (PMDB-MG), sinalizando a sequência do controle político partidário na empresa.
Ramalho adiantou ainda que o aumento de capital de até R$ 1 bilhão será utilizado para pagar o bônus da concessão de Miranda.
A operação deverá envolver a emissão de 66,8 milhões de ações ordinárias, a R$ 5 cada, e 133,15 milhões de ações preferenciais, a R$ 6,57 cada. A apreciação do aumento de capital ocorrerá em assembleia marcada para 26 de outubro.
O BTG Pactual (SA:BPAC11) disse em relatório enviado após o anúncio operação que o dinheiro seria melhor empregado para reduzir a alavancagem e não para adquirir novo ativo. A Cemig atualizou em julho seu programa de desinvestimento para R$ 8 bilhões, com conclusão de 50% até junho de 2018.
Já o Brasil Plural (SA:BPFF11) sugeriu que o aumento de capital poderá ser necessário para exercer a compra da participação da Lepsa e RME, que tem o direito de venda na Light (SA:LIGT3). A operação levaria a Cemig a se tornar majoritária na distribuidora fluminense, incluída no programa de desinvestimento.