Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta terça-feira, com o quadro externo negativo induzindo realização de lucros após fortes altas nos últimos pregões. O quadro político doméstico voltou a pesar sobre os ativos.
O Ibovespa caiu 1,65 por cento, a 42.520 pontos.
O volume financeiro do pregão somou 5,2 bilhões de reais.
Na véspera, o índice de referência do mercado brasileiro saltou 4 por cento, alcançando o maior patamar de fechamento de 2016 e quase zerando as perdas no ano.
O ambiente financeiro global foi minado nesta sessão pelo recuo dos preços do petróleo, após comentários da Arábia Saudita descartando cortes na produção no curto prazo. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 1,05 por cento.
Da cena política, agentes financeiros seguiram especulando sobre consequências políticas da nova fase da operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, particularmente o efeito no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
DESTAQUES
- PETROBRAS teve as preferenciais em queda de 2,38 por cento e as ações ordinárias recuando 4,45 por cento, na esteira do declínio do petróleo. Na segunda-feira, Petrobras (SA:PETR4) ON chegou a saltar mais de 16 por cento.
- VALE encerrou com as ações PNA em queda de 4,26 por cento e os papéis ordinários recuando 5,78 por cento, após fortes ganhos na véspera, em sessão de noticiário intenso da mineradora. Entre elas, protesto de funcionários da Vale em protesto contra o não pagamento de participação nos lucros de 2015, e pedido de prisão preventiva de presidente licenciado da Samarco e outros 6, conforme reportou o G1.
- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO cederam 1,43 e 0,96 por cento, respectivamente.
- JBS desabou 5,9 por cento, com profissionais do mercado atrelando parte do movimento a apreensões com eventuais novos desdobramentos da operação Lava Jato e da CPI do BNDES.
- USIMINAS (SA:USIM5) teve alta de 2,2 por cento, com dados mostrando alta mensal das vendas de aços planos no Brasil, mas queda na base anual. CSN (SA:CSNA3), que subiu 1,95 por cento, informou na véspera que pretende tomar medidas para cumprir exigência da bolsa de Nova York após seu ADS negociar no mercado abaixo de 1 dólar por mais de 30 dias, descumprindo normas.
- FIBRIA e SUZANO PAPEL E CELULOSE ficaram entre as poucas altas do dia, com ganhos de 2,64 e 2,15 por cento, respectivamente, após dados da consultoria finlandesa Foex mostrarem preços praticamente estáveis na base semanal de celulose de fibra curta na China e Europa.
- CETIP (SA:CTIP3) avançou 0,92 por cento, com agentes digerindo a nova proposta da BMF&FBOVESPA para comprar a central depositária de títulos. O BTG Pactual (SA:BBTG11) recomendou compra do papel. A ação da operadora da bolsa brasileira caiu 0,71 por cento.
- MARCOPOLO, que não está no Ibovespa, avançou 3,45 por cento, após divulgação de resultado trimestral, que analistas do Itaú (SA:ITSA4) BBA consideraram fraco, embora dados operacionais tenham vindo acima das expectativas.