Akio Toyoda, executivo japonês à frente da Toyota Motor (NYSE:TM) há muitos anos, está sendo alvo de duras críticas por parte dos acionistas da companhia, devido à relutância da empresa em se comprometer com o desenvolvimento e a fabricação em larga escala de veículos elétricos (VEs), de acordo com uma matéria publicada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira, 12.
Segundo o jornal, diversos acionistas, incluindo o escritório de finanças da Cidade de Nova York, o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia e alguns gestores de fundos europeus, declararam que votarão para destituir vários diretores do Conselho de Administração da Toyota na próxima assembleia anual da companhia, que ocorrerá na quarta-feira, incluindo Akio Toyoda, como forma de protestar contra a recusa do executivo em tornar a linha de veículos da montadora totalmente elétrica.
"A Toyota está deixando de lucrar com VEs em várias regiões do mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, onde as vendas desses modelos aumentaram rapidamente", afirmou Anders Schelde, diretor-geral de investimentos da AkademikerPension, da Dinamarca, enquanto Brad Lander, fiscal da cidade de Nova York, ressaltou que "a Toyota está deixando de seguir, como seus concorrentes, uma transição oportuna para uma frota elétrica."
Ainda de acordo com a reportagem, "todos concordam que a chance de Toyoda ser destituído do conselho de administração na próxima assembleia é minúscula", devido ao amplo reconhecimento por sua atuação na construção da montadora que mais vende no mundo e é a empresa mais valiosa do Japão, em termos de capitalização de mercado, além de sua imensa popularidade entre os investidores. Há um ano, ele obteve 96% de aprovação para recondução ao cargo, na assembleia de acionistas da TM.
Akio Toyoda, atual presidente do Conselho da companhia e ex-CEO por mais de 14 anos, é considerado uma voz rara de cautela na indústria automobilística quando se trata de VEs. Ele cita como razões-chave para a relutância da Toyota em adotar totalmente os veículos elétricos a infraestrutura de recarga inadequada, a escassez de materiais para baterias e a dependência de muitas nações a combustíveis fósseis que emitem carbono para geração de eletricidade.
Toyoda também argumenta que os carros híbridos podem servir como uma transição entre os carros tradicionais e os VEs. Ele destaca que a Toyota vendeu mais veículos híbridos movidos a gasolina e eletricidade do que qualquer outra montadora.
As ações da TM fecharam o pregão de sexta-feira cotadas a US$ 148,64 e acumulam uma alta de cerca de 8% no ano.