Por Sabrina Valle e Mrinalika Roy
(Reuters) - A Chevron (NYSE:CVX) divulgou nesta sexta-feira lucro de segundo trimestre abaixo do esperado por Wall Street, pressionada por redução das margens de refino e dos preços do gás natural, fazendo com que suas ações caíssem 1,5% nas negociações pré-mercado.
A empresa havia alertado que a produção de petróleo no trimestre cairia e que o refino sofreria com as paradas em duas instalações na Califórnia. As margens de refino têm sido fracas em todo o mundo, prejudicando outras grandes petrolíferas, como BP e Shell (NYSE:SHEL).
A Chevron disse que mudará a sede de San Ramon, na Califórnia, onde foi criada há 145 anos como Pacific Coast Oil Co., para Houston, no Texas. A empresa vem contestando duramente as regulamentações estaduais sobre suas operações de produção e refino de petróleo no Estado.
A Chevron teve lucro de 4,4 bilhões de dólares, ou 2,43 dólares por ação, no trimestre, em comparação com 6 bilhões no ano anterior.
A petrolífera teve lucro ajustado de 4,7 bilhões de dólares, ou 2,55 dólares por ação, em comparação com 5,8 bilhões, ou 3,08 dólares por papel, no segundo trimestre de 2023.
Analistas de Wall Street esperavam lucro por ação de 2,93 dólares, de acordo com dados da LSEG.
"Apesar da recente paralisação operacional e das margens mais suaves, continuamos preparados para proporcionar um crescimento significativo do lucro e do fluxo de caixa a longo prazo", disse o presidente-executivo da Chevron, Mike Wirth.
Os preços do petróleo e do gás não caminharam juntos no trimestre. O preço médio do petróleo bruto Brent subiu cerca de 8% no trimestre, enquanto os preços do gás nos EUA caíram 10%, ambos em relação ao ano anterior.
MARGENS DE REFINO
As refinarias de petróleo ganharam menos dinheiro vendendo gasolina no segundo trimestre, após dois anos de lucros extremamente elevados e depois de aumentar a produção para uma demanda que nunca se concretizou.
As margens de refino mais baixas fizeram com que os lucros da Shell caíssem 19% em relação ao trimestre anterior. As margens de refino também limitaram o lucro da BP, que superou as previsões, e contribuíram para a queda de 6% no lucro da TotalEnergies.
Os resultados da Chrevron foram publicados num momento em que a aquisição da produtora de petróleo Hess, por 53 bilhões de dólares, está paralisada.
A Chevron está contando com esse acordo para estabelecer um ponto de apoio nas lucrativas reservas de petróleo da Guiana e ajudar a mitigar os riscos associados às suas operações de petróleo e gás na Austrália e no Cazaquistão, que apresentam problemas de desempenho.
A produção de petróleo da Califórnia, há um século, fez com que o Estado se tornasse o quarto maior produtor de petróleo bruto dos EUA. No entanto, as grandes petrolíferas estão saindo gradualmente do Estado em meio a regulamentações climáticas mais rígidas e ao esgotamento dos campos de petróleo.
A Chevron espera que todas as funções corporativas migrem para Houston nos próximos cinco anos. Os cargos de apoio às operações da empresa na Califórnia permanecerão em San Ramon.
A Chevron tem atualmente cerca de 7.000 funcionários na área de Houston e aproximadamente 2.000 em San Ramon. A empresa opera campos de petróleo bruto, instalações técnicas e duas refinarias e abastece mais de 1.800 postos de varejo na Califórnia.