China recebe países da América Latina e Caribe em meio a negociações comerciais

Publicado 12.05.2025, 08:27
Atualizado 12.05.2025, 08:31
© Reuters. Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, possa para fotos em grupo com ministros e representantes de países do Caribe antes do Fórum China-Celac, em Pequimn12/05/2025. REUTERS/Florence Lo/Pool

Por Liz Lee e Laurie Chen

PEQUIM (Reuters) - A China realiza nesta semana uma cúpula que inclui seus principais parceiros comerciais latino-americanos em um esforço para aumentar a influência e as parcerias na região, no momento em que o país chegou a um acordo comercial com os Estados Unidos.

Autoridades da América Latina e do Caribe, incluindo os presidentes do Brasil, Colômbia e Chile, participam da reunião ministerial do Fórum China-Celac em Pequim na terça-feira.

O comércio bilateral com o bloco foi de US$427 bilhões de janeiro a setembro de 2024, de acordo com dados chineses.

O presidente da China, Xi Jinping, fará um discurso na cúpula. A última vez que Xi discursou no fórum foi na primeira reunião do gênero, há 10 anos.

O Fórum China-Celac desafia o domínio geopolítico e econômico norte-americano de longa data na região, que o governo Trump tem procurado combater, e ocorre após EUA e China terem concordado em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas em um acordo que superou as expectativas.

A China vem tentando formar uma coalizão global contra o que chamou de "abuso de tarifas" por parte dos Estados Unidos.

Desde que as duas maiores economias do mundo impuseram tarifas muito acima de 100% sobre os produtos uns dos outros no mês passado, a China buscou o Sudeste Asiático e a Ásia Central, pedindo a seus parceiros comerciais que mantenham a posição contra a "intimidação unilateral" e defendam o multilateralismo.

A China também fez progressos em questões comerciais com a União Europeia, concordando em discutir a fixação de preços mínimos para veículos elétricos fabricados na China.

O Fórum China-Celac, uma plataforma de cooperação intergovernamental entre a China e os países da América Latina e do Caribe, tem sido um veículo para aprofundar o diálogo entre a China e o bloco sobre comércio, investimento e cooperação em infraestrutura no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota da China.

O destaque das tensões entre a China e os EUA na região tem sido o Canal do Panamá, que o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou retomar.

COMMODITIES

A China é o principal comprador de matérias-primas da América Latina, incluindo cobre, minério de ferro e minerais, mas seu comércio com o Brasil pode ser destaque nesta semana.

Coincidindo com a cúpula, Pequim também receberá a visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira. Mais de uma dúzia de assinaturas bilaterais são esperadas.

A China é, de longe, o maior mercado de exportação do Brasil, um comércio dominado por commodities como soja, minério de ferro e petróleo bruto.

No ano passado, a China comprou US$37 bilhões em soja do Brasil, tornando-o o seu principal fornecedor da oleaginosa conforme busca se distanciar dos Estados Unidos. Na semana passada, a China retomou as importações de remessas de soja brasileira de cinco empresas anteriormente suspensas por questões fitossanitárias.

Em uma postagem, o presidente chileno Gabriel Boric confirmou sua participação na cúpula em Pequim e disse que se encontrará com Xi.

A reunião pode discutir os interesses comerciais das empresas chinesas no segundo maior produtor de lítio do mundo, depois que o grupo metalúrgico Tsingshan disse que continua interessado em oportunidades de investimento no setor do Chile.

Em outras frentes, mais cooperação em infraestrutura poderá ser destacada, já que a reunião de alto nível prepara o caminho para a cúpula do Brics a ser realizada no Rio de Janeiro em julho.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, Manuela Andreoni, Julia Symmes Cobbs e Ella Cao)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.