Reguladores da China determinaram que lojas de aplicativos removessem de suas plataformas no domingo, 4, o serviço da Didi (NYSE:DIDI), de viagens de carro. A notícia veio a público menos de uma semana após a companhia realizar oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Nova York, e nesta segunda-feira, 5, aplicativos de mais dois grupos - Full Truck Alliance (NYSE:YMM) e Kanzhun (NASDAQ:BZ) - foram alvo de medida similar.
Nesta segunda-feira, as ações do Softbank (T:9984), que é um investidor da Didi e da Full Truck Alliance, recuoaram mais de 5% em Tóquio. Papéis de importantes companhias chinesas do setor de tecnologia, como Alibaba (HK:9988) (SA:BABA34), Tencent (HK:0700) e Baidu (HK:9888) (SA:BIDU34), caíram em Hong Kong. Em Nova York, o dia era de feriado com mercados fechados.
Fundada em 2012 por um ex-funcionário do Alibaba e operando em 15 países, a Didi tem sido a força dominante entre os aplicativos de viagens de carro no mercado chinês desde 2016, quando o Uber (NYSE:UBER) (SA:U1BE34) acabou deixando o país e a Didi acabou por comprar as operações chinesas desta.
Já havia preocupações regulatórias antes do IPO nos EUA. Em seu prospecto, a própria empresa destacava o risco de que pudesse ser alvo de reguladores, inclusive com a possibilidade de ter de mudar suas práticas de negócio ou se reestruturar. Segundo a documentação, a Didi e mais de 30 grandes companhias chinesas da internet tiveram contatos com o regulador de concorrência do país, bem como com uma entidade estatal que monitora a internet. Todas foram alvo de ordem para que fizessem uma autoinspeção dentro de um mês para identificar potenciais violações de leis sobre monopólio, concorrência e tributos, entre outras.
No domingo, segundo o Wall Street Journal, a Administração do Ciberespaço da China determinou a retirada dos serviços da Didi das plataformas de aplicativos, citando coleta ilegal de dados pessoais.