Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) -A Cielo (BVMF:CIEL3) praticamente dobrou seu lucro no terceiro trimestre, com forte ganho de receitas, estendendo a recuperação em relação a rivais menores, com apoio de seus principais sócios num ambiente de juros em elevação.
A empresa de controlada por Bradesco (BVMF:BBDC4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) anunciou nesta segunda-feira lucro líquido recorrente 422 milhões de reais no período, um aumento de 99% ante mesma etapa do ano passado e acima da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de 370 milhões.
A companhia também informou que seu resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente atingiu 1 bilhão de reais de julho a setembro, 45% a mais do que um ano antes. Essa linha do resultado veio conforme o estimado por analistas.
Segundo a Cielo, o resultado refletiu crescimento do volume capturado, recuperação do yield de receita e controle de gastos. A empresa afirmou que "sua receita foi impulsionada pelas ações de reposicionamento em preços".
O volume financeiro de transações capturado pela Cielo com pagamentos por meio de cartões de crédito e de débito foi de 221,3 bilhões de reais no trimestre, crescimento de 23,1% sobre um ano antes.
Isso, mesmo com a suspensão na política de concessão de subsídios para máquinas de pagamentos (POS) na modalidade de venda, que impactou afiliações no segmento de empreendedores, o que fez sua base de terminais cair cerca de 14% ano a ano.
Com melhores condições de custo de capital do que rivais menores num ambiente de juros mais altos, a Cielo viu sua receita financeira, que inclui operações de antecipação de recebíveis, atingir 1,62 bilhão de reais, alta de 28,2% ano a ano.
Na outra ponta, o custo dos serviços prestados evoluiu 15%, em ritmo inferior ao das receitas, enquanto as despesas operacionais cresceram 7,5%.
O recém-nomeado presidente-executivo Estanislau Bassols, que assumiu o cargo após ter deixado o comando da Mastercard no país, discute os resultados do trimestre com analistas na manhã de terça-feira.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)