Investing.com - A Cielo (SA:CIEL3) prossegue a sua recuperação em 2019, após perder quase 60% do valor de mercado ano passado, com a alta de 2,45% no Ibovespa nesta quarta-feira, negociada a R$ 11,70 às 15:23. Os papéis da adquirente perdeu o ritmo de crescimento durante a tarde, após saltar para mais de 4% durante a manhã.
Os investidores estão otimistas com a adquirente depois que o presidente da companhia, Paulo Caffarelli - no cargo desde outubro após deixar a presidência do Banco do Brasil (SA:BBAS3) - comunicou ao mercado a estratégia de recuperação de participação de mercado, perdida para PagSeguro (NYSE:PAGS) e Stone. A nova postura, entretanto, vai sacrificar o lucro em 2019, com a projeção de ser até 30% menor em relação ao ano passado, entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,6 bilhões, com perspectiva de retomada dos ganhos a partir de 2020.
A nova estratégia será auxiliada pela Pragmatis Consultoria, contratada pela adquirente para reorganizar a gestão de Caffarelli, segundo a Coluna do Broadcast na edição de hoje d’O Estado de S.Paulo. A acirrada concorrência no mercado de maquininhas de pagamentos colocou a experiência ao cliente na mira de Caffarelli, com a métrica “satisfação do cliente” saltando de 5% para 30% no cálculo de remuneração dos executivos - semelhante ao adotado pela Magazine Luiza (SA:MGLU3).
Resultado
Caffarelli conversou ontem com analistas para comentar o resultado da empresa, que foi publicado segunda-feira após o fechamento do mercado. O resultado veio abaixo do consenso do mercado, com uma redução de 30,6% no lucro líquido no último trimestre do ano passado, de R$ 1,04 bilhão para R$ 724,1 milhões, R$ 0,27 o lucro por ação. Em 2018, os ganhos da adquirente apresentaram queda de 17,6% em relação ao ano anterior, de R$ 4,05 bilhões para R$ 3,3 bilhões.
Em contraposição ao desempenho financeiro, a base instalada da Cielo subiu 9,7% no último trimestre do ano passado, com avanço no setor de micro e pequenas empresas. O avanço operacional é resultante da redução das taxas cobradas ao varejistas, a contratação de 1.500 funcionários para busca de novos clientes, desde grandes a pequenas e médias empresas, e diversificação de serviços da maquininha de pagamentos, que deve ser um item “commoditizado” na avaliação da Cielo.
Dividendos
A Cielo irá distribuir R$ 709,5 milhões em dividendos referentes ao quarto trimestre. A decisão foi tomada hoje (28) em reunião do conselho de administração da adquirente.
Cada acionista no Brasil e detentor das ADRs negociadas em NY receberá R$ 0,26139975321 por ação que mantiver em carteira no fechamento do pregão do dia 22 de fevereiro e o pagamento está marcado para 11 de março. O valor ainda poderá sofrer ajustes.
O papel será negociado ex-dividendos na segunda-feira seguinte, dia 25 de fevereiro.
O dividendo representa um rendimento (yield) de 2,4% em relação aos R$ 10,89 do fechamento do papel nesta segunda-feira.