Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) -A Cielo (BVMF:CIEL3) teve forte alta do lucro quarto trimestre, refletindo crescimento do volume capturado nos pagamentos com cartões, recuperação do yield de receita e controle de gastos.
A maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país anunciou nesta quinta-feira que seu lucro recorrente de outubro a dezembro somou 490 milhões de reais, alta de 63,3% ante mesma etapa de 2021.
O resultado operacional recorrente da Cielo medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente atingiu 1,1 bilhão de reais de julho a setembro, 40% a mais do que um ano antes. A previsão de analistas era de 1,19 bilhão de reais.
Os números mostram como, após quase uma década perdendo mercado para um número crescente de rivais no mercado de adquirência, a companhia tem se valido nos últimos trimestres da força de seus controladores, Bradesco (BVMF:BBDC4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), com oferta mais competitiva de produtos financeiros a pequenos e médios lojistas.
Os produtos de prazo da Cielo, sobretudo ganhos com juros na oferta de antecipação de recebíveis, atingiram o recorde de 30,2 bilhões de reais no trimestre, alta de 25% sobre um ano antes.
O chamado yield de receita, uma métrica do nível de rentabilidade no mercado de adquirência, subiu de 0,66% a 0,72%.
Com maior domínio do mercado, a companhia se permitiu se concentrar na faixa de clientes mais lucrativos, cortando subsídios para microempreendedores. Com isso, a base ativa de clientes encerrou o ano 1,057 milhão, queda de 3,4% em três meses e de 12,4% no comparativo anual.
Na outra ponta, os custos dos serviços prestados na sua principal linha de negócios evoluíram 6,7% ano a ano, para 899 milhões de reais, em ritmo bastante inferior ao da receita líquida, que evoluiu 22,2%, a 1,677 bilhão.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)