Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, com Sabesp (SA:SBSP3) disparando diante do andamento do projeto de lei que cria um novo marco regulatório para o setor de saneamento básico, embora o tom positivo no pregão tenha sido mitigado pelo tombo de Braskem após fracasso na venda da companhia.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,37 por cento, a 97.380,28 pontos. O volume financeiro somava 14,5 bilhões de reais.
Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 97.722,88 pontos, beneficiado por ganhos em praças acionárias no exterior e repercussão favorável de votações no Senado na terça-feira, incluindo a aprovação de medida provisória que trata do combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A MP 871 é considerada peça importante para a implantação da reforma da Previdência e a sua aprovação corroborou a leitura de um ambiente mais harmonioso entre Executivo e Legislativo.
Estrategistas do Itaú BBA reiteraram sua visão positiva para o médio prazo para os papéis brasileiros, sustentando a recomendação 'overweight' e acrescentando que mantêm a expectativa de aprovação da reforma da Previdência até o terceiro trimestre, conforme relatório a clientes.
"Nós continuamos confortáveis com nossa visão positiva sobre as ações brasileiras, uma vez que a visão de médio prazo mais do que compensa os desafios de curto prazo", afirmou a equipe.
No exterior, Wall Street firmou-se no azul após comentários do chairman do banco central norte-americano, Jerome Powell, que abriram a porta para a possibilidade de um corte de juros nos Estados Unidos. O S&P 500 fechou em alta de % e o Dow Jones avançou %.
DESTAQUES
- SABESP saltou 10,96%, após o Senado aprovar na véspera regime de urgência para o projeto de lei que cria um novo marco regulatório para o setor de saneamento básico, considerado essencial para eventual privatização da empresa paulista de água e esgoto. À tarde, a ação renovou cotação recorde intradia a 48,87 reais após a Comissão de Infraestrutura do Senado aprovar relatório sobre o projeto. Fora do Ibovespa, a estatal mineira Copasa (SA:CSMG3) subiu 7,1% e a paranaense Sanepar (SA:SAPR11) avançou 4%.
- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) despencou 17,1%, tocando mínimas desde meados de 2017 no pior momento da sessão, quando chegou a cair 20%. O tombo ocorreu depois que a LyondellBasell desistiu de comprar a participação controladora na petroquímica brasileira detida pela Odebrecht. A LyondellBasell disse que encerrou as negociações com a Odebrecht "após cuidadosa consideração", mas não deu mais detalhes.
- JBS (SA:JBSS3) e MARFRIG (SA:MRFG3) avançaram 5,4% e 3,5%, respectivamente, recuperando-se de perdas na véspera, quando foram pressionadas pela decisão do Ministério da Agricultura de suspender exportações de carne bovina à China após a confirmação de caso atípico da doença da vaca louca no Mato Grosso. A Organização Mundial de Saúde Animal, contudo, manteve o status do Brasil de risco insignificante para a doença.
- EDP (SA:ENBR3) BRASIL fechou em alta de 4,8%, tendo de pano de fundo que a China Three Gorges avalia um acordo para obter o controle no Brasil da EDP-Energias de Portugal, conforme reportagem da agência Bloomberg, citando fontes a par do assunto. Na máxima da sessão, os papéis subiram 7,5%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,8% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) avançava 0,6%, em sessão de recuperação dos preços do petróleo no exterior, com o mercado na expectativa de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) prevista para esta semana sobre vendas de ativos da petrolífera de controle estatal.
- VALE (SA:VALE3) subiu 0,6%, alinhando-se a suas pares no exterior e à alta dos preços do minério de ferro na China.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,2%, enquanto BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 0,5%. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) valorizou-se 1,6%.