Por Gabriel Codas
Investing.com - Nos primeiros negócios da manhã quarta-feira na bolsa paulista, as ações da TIM (SA:TIMP3) operam com fortes ganhos, acima da alta do Ibovespa hoje. A companhia reportou ontem que seu lucro líquido cresceu 35% no primeiro trimestre para R$ 162 milhões em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado dos primeiros três meses do ano considera os efeitos da adoção das normas contábeis IFRS 9, 15 e 16.
Contribui para a alta notícias de que a TIM, junto com a Telefônica Brasil, pode comprar a rede móvel da Oi. As ações da TIM já têm alta acumulada de 14% desde segunda-feira, quando as especulações sobre a aquisição ganharam força.
Por volta das 10h39, as ações subiam 5,11% a R$ 14,61, enquanto o Ibovespa registrava estabilidade com leve alta de 0,11% a 79.555 pontos.
No caso do lucro líquido “normalizado”, que desconsidera, por exemplo, a adoção das normas contábeis, a tele teve no trimestre o lucro 8,3% maior para, para R$ 164 milhões
Em relação às receitas, o crescimento foi de 0,6%, para R$ 4,21 bilhões, sendo que com serviços cresceu 1,7% o que, segundo a administração da TIM, representa uma desaceleração frente aos trimestres anteriores, justificada pelos desdobramentos da pandemia da covid-19 a partir da segunda quinzena de março. A receita líquida de produtos caiu 25,5%.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a R$ 1,92 bilhão, alta de 7,9% em base anual.
Avaliação dos analistas
Na visão do BTG Pactual (SA:BPAC11), as operadoras de telecomunicações em geral devem superar outros setores em tempos nublados, dado seu modelo de negócios resiliente e forte geração de fluxo de caixa. No caso da TIM, os analistas acreditam que há uma vantagem adicional de uma possível transação de aquisição envolvendo a rede móvel da Oi (SA:OIBR3).
Para a equipe, as sinergias podem ser consideráveis, levando a acreditar que o VPL das sinergias de OPEX/Capex poderia somar R$ 13 bilhões (assumindo que a TIM mantenha ~ 70% da operação), ou R$ 5,5 por ação.
Já para a Mirae Asset, a receita líquida ficou ligeiramente abaixo do esperado, mas o operacional foi um pouco melhor. O lucro ficou foi menor que a estimativa, principalmente impactado por aumento de impostos e taxas.
No geral, a corretora espera para o 2T20, queda de clientes e de receita, impactadas pelos efeitos o covid-19 na economia, mas ainda com eficiência no controle de custos/despesas e melhora na receita a partir do 2S20. Encerrou o período com uma relação dívida líquida / Ebitda de 1,1x.