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Commodities instigam alta do Ibovespa, mas ruídos políticos internos limitam

Publicado 25.01.2024, 08:34
© Reuters Commodities instigam alta do Ibovespa, mas ruídos políticos internos limitam
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A alta das commodities estimula alta do Ibovespa nesta quinta-feira, 25, em manhã de valorização moderada dos índices futuros de ações de Nova York e queda da maioria das bolsas europeias. Os mercados repercutem uma série de dados dos Estados Unidos e a decisão sobre juros na zona do euro.

Mais cedo, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar suas principais taxas de juros inalteradas pela terceira vez consecutiva, mas reforçando a mensagem de que manterá nível restritivo pelo tempo necessário para baixar a inflação à meta de 2% ao ano, em reunião nesta quinta-feira.

Em seguida, foram divulgados o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e os pedidos semanais de auxílio-desemprego do país. O PIB cresceu ao ritmo anualizado de 3,3% no quarto trimestre de 2023, ficando acima do teto das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 2,8%. Já os pedidos de auxílio-desemprego avançaram mais do que o previsto.

"Teoricamente, uma atividade muito aquecida subentende um Fed menos agressivo em relação a início de corte de juros. Claro que a economia crescendo é um bom sinal, mas o maior termômetro são os dados de emprego. Com mais pessoas pedindo auxílio-desemprego, sugere um crescimento sustentável com uma inflação controlada", avalia Sidney Lima analista da Ouro Preto Investimentos.

Neste sentido, abre-se espaço para recuo dos juros. Por ora, a maior chance é que isso comece em maio deste ano. Um sinal que reforça isso é o recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA. Assim, os juros futuros caem e estimulam alta de algumas ações ligadas ao ciclo econômico, caso de varejistas. Grupo Soma (BVMF:SOMA3), Assai e Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) avançavam em torno de 3,00%.

Segundo Lima, apesar da valorização do Ibovespa, o movimento pode ser pontual. "Aqui está reagindo ao exterior, mas tem os ruídos políticos nas empresas, fica muito refém disso. As ações da Vale (BVMF:VALE3) até poderiam subir por conta do fator China, mas isso não acontece", diz o analista da Ouro Preto Investimentos, ao referir-se a preocupações com as notícias envolvendo a Vale e que podem se estender a outras companhias, caso da Petrobras (BVMF:PETR4).

Apesar da valorização de 1,6% do minério de ferro, em Dalian, na China, em meio a medidas de estímulo ao gigante asiático, as ações da Vale têm instabilidade. Já os papéis da Petrobrás avançam entre 2,00% (ON) e 1,64% (PN), na esteira dos ganhos superiores a 1,50% do petróleo e da alta

No caso das ações da Vale, os investidores monitoram os ruídos envolvendo a empresa, em meio a sinais de que o governo pretende colocar o ex-ministro Guido Mantega no cargo de CEO da mineradora.

Ontem, em meio a esses relatos, o Índice Bovespa fechou em baixa. A queda foi liderada pelas ações da Vale e da Petrobras por conta dos temores dos investidores de tentativa de interferência do governo na gestão das companhias, relembra o economista Álvaro Bandeira em comentário.

No entanto, o recuo foi moderado - de -0,35%, mas aquém dos 128 mil pontos (127.815,70 pontos) - por causa de anúncios de ações de Pequim para impulsionar a segunda maior economia do globo. Hoje, o banco central da China (PBoC, pela sigla em inglês) anunciou uma série de medidas para reforçar o papel de Hong Kong como centro financeiro.

Às 11h24, o Ibovespa tinha alta de 0,32%, aos 128.227,57 pontos, após avançar 0,60%, na máxima aos 128.580,36 pontos. Na mínima, atingiu 127.814,90 pontos, que é o mesmo nível da abertura, com variação zero.

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