Investing.com — Com o dia da eleição nos EUA se aproximando e a volatilidade dos mercados tendendo a aumentar, analistas da Evercore ISI avaliaram como os mercados estão reagindo aos possíveis resultados de uma presidência de Donald Trump ou Kamala Harris.
O estudo de eventos, baseado em momentos-chave das campanhas, destaca os setores mais sensíveis às variações no sentimento eleitoral.
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De acordo com a Evercore ISI, desenvolvimentos pró-Trump, como o debate Biden-Trump em 27 de junho e a tentativa de assassinato contra o ex-presidente em 13 de julho, favoreceram principalmente as ações de empresas do setor financeiro. Por outro lado, eventos pró-Harris, como o debate Trump-Harris em 10 de setembro, beneficiaram as ações de energia limpa e empresas relacionadas ao ACA/Medicaid no setor de saúde.
"Para muitos setores, o estudo de eventos confirma nossas visões gerais sobre o impacto de Trump versus Harris, caso eleitos", escreveu a Evercore ISI.
Curiosamente, as ações de petróleo e gás—apesar do foco de Trump na produção de energia doméstica—não apresentaram grandes oscilações nesses cenários. "As forças globais de mercado continuam sendo o principal motor desse setor", explicou o relatório.
O estudo também destacou áreas onde nuances de políticas eleitorais ainda não estão totalmente precificadas.
Por exemplo, diferentes segmentos do setor de energia limpa, como energia solar e veículos elétricos, carregam níveis variados de risco político, o que os mercados ainda podem não estar capturando adequadamente.
"Vemos algumas evidências da ameaça de novas guerras comerciais em um eventual Trump 2.0", notaram os analistas, embora tenham acrescentado que os investidores "ainda podem não ter encontrado formas de expressar plenamente esse risco."
A Evercore ISI também chamou atenção para uma questão emergente de política tributária para investidores de REITs (fundos imobiliários), que pode ganhar relevância em 2025, quando a retórica de campanha der lugar à fase de governança. À medida que a eleição se aproxima, os mercados parecem equilibrar as mudanças setoriais com considerações econômicas e geopolíticas mais amplas.