Por Marianna Parraga e Deisy Buitrago
HOUSTON/CARACAS (Reuters) - A petroleira norte-americana ConocoPhillips (NYSE:COP) está de olho na possibilidade de tomar ativos caribenhos da estatal venezuelana PDVSA como meio de dar cumprimento a uma sentença arbitral no valor de 2 bilhões de dólares após uma década da nacionalização de seus projetos no país sul-americano, segundo três fontes familiarizadas com o assunto.
A empresa norte-americana mira instalações nas ilhas de Curaçao, Bonaire e St. Eustatius, responsáveis por cerca de um quarto das exportações de petróleo da Venezuela no ano passado. Os ativos desempenham papéis-chave no processamento, armazenamento e mistura do óleo da PDVSA para exportação.
A empresa recebeu anexos judiciais congelando ativos de pelo menos duas das instalações, e pode se mover para vendê-los, disse uma das fontes.
As manobras legais da Conoco poderiam prejudicar ainda a PDVSA, que já enfrenta um declínio de sua receita petrolífera em meio às convulsões que atingem a economia do país.
A Venezuela depende quase completamente das exportações de petróleo, que caíram um terço desde o seu pico, e suas refinarias têm rodado com apenas 31 por cento da capacidade no primeiro trimestre.
O país latino-americano está em meio a uma recessão profunda com escassez severa de remédios e alimentos, bem como um crescente êxodo de seu povo.
A PDVSA e o Ministério das Relações Exteriores venezuelano não responderam no domingo a pedidos de comentários. Autoridades holandesas disseram que estão avaliando a situação em Bonaire.
As reclamações da Conoco contra a Venezuela e a estatal PDVSA em tribunais internacionais totalizam 33 bilhões de dólares.
"Quaisquer impactos potenciais sobre as comunidades são resultado da expropriação ilegal pela PDVSA de nossos ativos e sua decisão de ignorar o julgamento do tribunal da Câmara Internacional de Comércio (ICC)", disse a Conoco em nota à Reuters.
(Reportagem adicional de Brian Ellsworth, em Caracas)