LIMA (Reuters) - A construtora peruana Graña y Montero disse nesta quarta-feira que avalia vender ativos por 300 milhões de dólares em busca de liquidez para pagar obrigações financeiras, após o cancelamento de um contrato milionário de um gasoduto com a Odebrecht.
Maior construtora do Peru, a Graña y Montero (LM:GRA) (N:GRAM) tinha 20 por cento de participação no gasoduto controlado pela Odebrecht, cujo contrato foi cancelado pelo governo por falta de financiamento.
A Graña y Montero disse que, devido ao cancelamento, deve assumir obrigações de 331,5 milhões de dólares, incluindo empréstimos bancários, e uma garantia de 52,5milhões de dólares que irá pagar ao governo peruano por rescisão antecipada do projeto do gasoduto. A Graña y Montero disse em comunicado ao órgão regulador do mercado que tem direito a receber num prazo máximo de 12meses pelo menos 72,5 por cento do seu investimento no gasoduto, esperando, com isso, recuperar mais de 95 por cento do montante total investido no projeto. O capital investido pela construtora peruana no gasoduto corresponde a 220 milhões de dólares, afirmou a companhia. Agora, o governo planeja licitar novamente o projeto,que previa um investimento total de 7,2 bilhões de dólares. A Odebrecht, maior empresa de construção da América Latina e que admitiu o pagamento de subornos no Peru, entre outros países, após a deflagração da operação Lava Jato, afirmou na terça-feira que um projeto de 500 milhões de dólares junto com A Graña y Montero estava em risco.
(Por Marco Aquino e Ursula Scollo)