Por Joyce Lee e Soo-hyang Choi e Heekyong Yang
SEUL (Reuters) - O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, concedeu indulto ao vice-presidente da Samsung (KS:005930) Electronics, Jay Y. Lee, nesta sexta-feira, com o Ministério da Justiça dizendo que o líder empresarial é necessário para ajudar a superar uma "crise econômica nacional".
O perdão presidencial é em grande parte simbólico, pois Lee já estava em liberdade condicional depois de cumprir 18 meses de prisão por suborno em um escândalo que levou a grandes protestos e derrubou a então presidente Park Geun-hye em 2017.
No entanto, analistas disseram que o perdão deve significar que Lee poderá realizar atividades comerciais com menos restrições legais e apresentar alguns grandes investimentos da Samsung, maior fabricante mundial de smartphones e chips de memória.
"Com necessidades urgentes de superar a crise econômica nacional, selecionamos cuidadosamente para serem perdoados líderes econômicos que comandam o motor de crescimento nacional por meio de investimento ativo em tecnologia e criação de empregos", disse o ministro da Justiça, Han Dong Hoon, em entrevista.
A Coreia do Sul, quarta maior economia da Ásia e dependente de tecnologia e exportação, está enfrentando uma inflação crescente, demanda enfraquecida e gastos em desaceleração.
Lee, herdeiro da família fundadora da Samsung, saudou a decisão e prometeu trabalhar duro pela economia nacional "com investimento contínuo e criação de empregos".
Entre os perdoados por Yoon também está o presidente do Grupo Lotte, Shin Dong-bin, que foi condenado a dois anos e meio de prisão por acusações de suborno, também relacionado a Park.
Em um comunicado, Lotte disse que Shin também ajudará a "superar a complexa crise global".
A própria Park recebeu indulto no final do ano passado por seu sucessor, o presidente liberal Moon Jae-in, que teve dificuldades para cumprir as promessas de campanha para limpar os negócios e a política.
Uma pesquisa realizada no mês passado em conjunto por quatro institutos mostrou que 77% dos entrevistados eram a favor de conceder indulto ao líder da Samsung, apesar dos protestos anteriores.
"(Esse apoio) aparentemente se deve à atual situação econômica, mas as pessoas também parecem ter pensado em parte que Lee estava em uma posição em que não podia ignorar a pressão do antigo governo", disse Eom Kyeong-young, comentarista político baseado em Seul.
Enquanto grupos empresariais, incluindo a Câmara de Comércio e Indústria da Coreia e a Federação de Empresas da Coreia, celebraram o perdão para Lee, grupos de direitos civis criticaram os indultos de Yoon a empresários.
"O governo Yoon Suk-yeol... está, em última análise, apenas visando um país apenas para os ricos", afirmou a Solidariedade Popular pela Democracia Participativa em um comunicado.